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Ex-presidente do Santos vai recorrer contra sua expulsão do clube

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06/11/2019 16h27

O ex-presidente do Santos Modesto Roma Júnior vai recorrer da decisão do Conselho Deliberativo de expulsá-lo do quadro associativo do clube por supostas irregularidades em sua gestão. Também foi determinado que o processo seja encaminhado ao Ministério Público para a apuração de supostos crimes e ainda que seja iniciada uma ação do Santos na Justiça para tentar ser ressarcido por supostos danos. O ex-mandatário nega ter cometido crimes, enxerga a medida como uma retaliação política e vê falhas no processo que terminou com a punição sendo aprovada em reunião na última terça (5).

Modesto entende que pode recorrer internamente, no próprio conselho, além de levar o caso para Justiça. "Vou recorrer, vou levar até o fim, mas como isso vai ser feito, a estratégia, meus advogados é que vão definir. Primeiro, preciso ser notificado", afirmou o ex-cartola. Ele declarou que seus defensores vão resolver se já será apresentado um recurso na Justiça ou se primeiro esgotarão a defesa no conselho.

O ex-presidente se apoia no artigo 78 do regimento interno do conselho, que prevê possibilidade de recurso na junta revisora do órgão em caso de penalidades aplicadas a conselheiros alvinegros. Entre outras queixas, Modesto alega que não teve acesso ao relatório da Comissão de Inquérito e Sindicância, que pediu e teve a expulsão aprovada.

Na lista de motivos para pedir a expulsão estavam fatos que levaram à reprovação das contas de 2017, último ano de gestão do ex-presidente, como a contratação da empresa Quantum Solutions Limited para intermediar o recebimento da quantia paga pelo PSG referente ao direito de solidariedade relativo à transferência de Neymar do Barcelona para o clube francês. A comissão entendeu que em determinadas operações o estatuto santista foi desrespeitado, por isso optou pela pena de expulsão. Modesto nega ter cometido irregularidades. "Claro que houve retaliação política", disse ele.

José Geraldo Barbosa, presidente da Comissão de Inquérito e Sindicância, descarta terem ocorrido falhas no procedimento que culminou com a punição. "O edital de convocação da reunião informava que o processo e o parecer estavam à disposição dos conselheiros (no clube). Se ele (Modesto) não viu o parecer foi porque não quis", afirmou Barbosa.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

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