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Opinião: clássico desafia plano ofensivo de Coelho no Corinthians

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09/11/2019 09h58

O clássico deste sábado (9) com o Palmeiras, às 19h, no Pacaembu, desafia o plano de Dyego Coelho, treinador interino alvinegro, de tornar o Corinthians ofensivo e já preparar o time ao estilo de jogo de Tiago Nunes, que assumirá o comando em 2020.

Pelo que mostrou na vitória por 3 a 2 sobre o Fortaleza, Coelho priorizou acabar com a inanição corintiana no ataque e conseguiu. Por outro lado, sofreu com uma defesa bastante vulnerável.

É evidente que, diante da irritação da diretoria e da Fiel com o estilo defensivo empregado por Carille, Coelho não teve outra opção a não ser atacar. E ainda precisa disso para mostrar algo diferente e não sair chamuscado ao final do Brasileirão.

Mas essa transformação leva tempo até que seja alcançado um equilíbrio entre ataque e defesa. Se a retaguarda corintiana já sofreu contra o Fortaleza, o que acontecerá diante do Palmeiras? Com espaço para jogar, meias e atacantes alviverdes costumam ser rápidos e objetivos. Imagine Dudu com a mesma liberdade que os atacantes do time cearense desfrutaram.

Os corintianos não tiveram tempo para se adaptar a seu novo posicionamento. Pelo menos um dos zagueiros se adianta para ajudar na saída de bola. Júnior Urso passa a ter presença constante no ataque, algo como o palmeirense Bruno Henrique está acostumado a fazer.

O desenho tático ensaiado por Coelho tem afinidades com o que Nunes fazia no Athletico. A diferença é que, acostumado a jogar assim, o time paranaense conseguia fazer a transição para a defesa em velocidade. O Corinthians, que demonstra fragilidade em relação ao preparo físico, tem mais dificuldades. Se jogadores de marcação atuam mais avançados e não têm fôlego para voltar quando o time perde a bola, a porteira fica aberta lá atrás. Esse é o risco que Coelho sofrerá no clássico, se mantiver a postura do último jogo.

Nesse cenário, o treinador interino alvinegro precisa escolher entre seguir em frente com sua reformulação para deixar o time com a cara que o corintiano quer  e preparar um ferrolho, explorar só os contra-ataques e assumir o risco de irritar sua própria torcida.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

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