Ataque, experiência e apoio da velha guarda ajudaram Luxa a ganhar vaga
Assim que Maurício Galiotte chegou à conclusão de que deveria demitir Mano Menezes, o presidente do Palmeiras e seus diretores mais próximos avaliaram que o time precisava de um treinador experiente e com traquejo para lidar com medalhões, características ostentadas por Jorge Sampaoli. Outra análise era sobre a necessidade de resgatar o que os cartolas chamam de "DNA" ofensivo da agremiação. O gosto pelo ataque se perdeu, na opinião desses dirigentes, com técnicos como Felipão, Cuca e Mano Menezes.
Na lista para o perfil ideal também estava ter a simpatia da torcida. Mano enfrentou resistência desde que chegou. Parte dos torcedores vinculava a imagem dele ao rival Corinthians, clube no qual teve passagem vitoriosa.
Olhando cada item, os cartolas alviverdes logo viram que Jorge Sampaoli preenchia esses requisitos. A ofensividade costuma ser a essência de suas equipes. Especialmente por ter treinado as seleções de Chile e Argentina, o trabalho com medalhões faz parte do currículo do ex-santista. Ele já teve até Messi sob seu comando.
Apesar de não ter vínculo com o Palmeiras, é fácil perceber a simpatia da maioria dos torcedores brasileiros pelo trabalho de Sampaoli, principalmente graças ao estilo ofensivo. Logo a conclusão foi de que o argentino deveria ser o primeiro alvo. Mas já existia uma quedinha por Vanderlei Luxemburgo. Não deu certo com Sampaoli. Então, uma nova olhada na lista de características desejadas para o posto de técnico fortaleceu o ex-vascaíno.
Porém, havia uma ala no clube que queria Miguel Angél Ramírez. O treinador do Independiente del Valle passou no teste da ofensividade e chegou a ganhar ares de favorito. No entanto, o espanhol de 35 anos está em começo de carreira. Nesse quesito perdeu pontos em relação a Luxemburgo, de 67 anos e dono de um dos currículos mais extensos e vitoriosos do futebol brasileiro. Vanderlei também levou vantagem na comparação por ter trabalhado com inúmeros medalhões, muitos deles no alviverde e até no Real Madrid.
Galiotte, que já via com simpatia a ideia de trazer o ex-técnico do Vasco, foi encorajado por pessoas próximas com outros argumentos que remetem ao perfil traçado inicialmente para o substituto de Mano Menezes. Além da experiência, Luxa é famoso por montar times ofensivos. Fez isso no próprio alviverde. Nesse ponto ganhou força o argumento de que ele é capaz de fazer florescer novamente a ofensividade palmeirense.
Conselheiros que trabalharam com Luxemburgo em passagens antigas pelo clube também ajudaram na decisão. A velha guarda falou maravilhas do técnico, ainda que às vezes fosse feita a ressalva de que "ele precisa estar focado".
Os troféus levantados por Luxa como treinador do Palmeiras sustentam uma relação de carinho com a torcida. Porém, nas redes sociais, parcela significativa dos palmeirenses demonstrou rejeição ao retorno dele.
Nesse aspecto, Galiotte chegou a ouvir o argumento de que a opinião pública foi importante para a decisão de demitir Mano e Alexandre Mattos porque a pressão era enorme para isso. Mas que o presidente deveria se preocupar menos no momento da contratação porque nenhum nome seria unanimidade na torcida e no conselho. Por fim, Luxemburgo foi contratado.
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