Opinião: Flamengo mostra mais virtudes do que falhas em semifinal sofrida
A dificuldade enfrentada pelo Flamengo no primeiro tempo contra o Al-Hilal pode ter desapontado seu torcedor, porém, no geral, o time brasileiro mostrou mais virtudes importantes do que falhas preocupantes na opinião deste blogueiro.
A vitória por 3 a 1 parecia algo distante após o domínio saudita na primeira etapa da semifinal do Mundial de Clubes. O Al-Hilal melhorou incrivelmente na marcação em relação à vitória por 1 a 0 sobre o Espérance, da Tunísia, nas quartas de final. Seu potencial do meio para frente já era conhecido.
Até abrir o placar, o time da Arábia Saudita fez uma eficiente marcação alta. Depois do gol, recuou. Mas, nos dois casos, fechou as laterais e impediu o Flamengo de usar uma de suas principais armas: a velocidade. Bruno Henrique e Gabigol foram peças quase decorativas nos 45 minutos iniciais.
A imobilização imposta pelo rival fez o Flamengo cometer sua principal falha no jogo: não controlar os nervos. Por conta do nervosismo, a equipe brasileira errava passes mais do que está acostumada a fazer e entregava a bola para os árabes. Seja contra Liverpool ou Monterrey, a decisão deve exigir mais controle emocional. Jesus precisa dar seu jeito para melhorar isso. Se bem que, na etapa final, os flamenguistas estavam bem mais calmos. O fato de já começarem o segundo tempo acertando contribuiu para essa tranquilidade.
As virtudes rubro-negras começaram a aparecer. A primeira a ser vista na volta do intervalo foi a capacidade de Jesus de arrumar o time sem fazer substituições. Na conversa, o treinador acalmou seus comandados, conseguiu melhorar o passe e, finalmente, explorar a velocidade no ataque. Foi assim que conseguiu a virada.
Outra qualidade foi o preparo físico aparentemente melhor do que o dos adversários. Isso depois de quase que uma temporada inteira desgastante e festas para comemorar as taças do Brasileirão e da Libertadores.
A força ofensiva rubro-negra acabou chamando atenção pelos três gols no segundo tempo. Mas é preciso destacar o trabalho na marcação. O resultado mais importante foi a capacidade de neutralizar Gomis, o melhor jogador do Al-Hilal. Encaixotado na marcação, o atacante francês só acertou uma finalização na partida inteira, além de errar duas conclusões, de acordo com o site "Footstats". É verdade também que os sauditas mantiveram Gabigol sob controle na maior parte do jogo. Ele errou seus dois únicos arremates nos 90 e poucos minutos, também de acordo com o Footstats.
Claro que Jesus tem o que melhorar para a partida decisiva. Mas, mesmo sem ser brilhante, o rubro-negro mostrou mais uma vez como é forte. Tem força, inclusive, para virar jogos bem complicados. Já tinha sido assim na final da Libertadores diante do River Plate. E, se o Flamengo não encaixar seu jogo desde o início da decisão do Mundial, o roteiro tende a ser semelhante outra vez. Azar dos corações flamenguistas.
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