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Opinião: velha guarda resiste à moda de técnicos estrangeiros

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28/12/2019 11h32

Os sucessos de Jorge Jesus no Flamengo e de Jorge Sampaoli no Santos pareciam ter levado à lona a velha guarda de técnicos brasileiros. Mas não é o que vemos nesse momento de organização dos clubes para a próxima temporada.

Há sim uma invasão de gringos nas comissões técnicas dos clubes nacionais, porém, a geração mais antiga deu sinais de recuperação de seu prestígio.

Tanto é que uma das vagas mais cobiçadas, a de comandante do Palmeiras, ficou com o veterano Vanderlei Luxemburgo.

Luxa cumpriu sua missão no Vasco: salvar o time do rebaixamento. Pouco se comparado aos objetivos do alviverde. O clube paulista mira a Libertadores e o Mundial.

É claro que só o trabalho de Luxemburgo em 2019 não o credencia para tocar o projeto palmeirense.

Os dirigentes do clube demonstram confiar no conjunto da obra do técnico e acreditar que ele se atualizou profissionalmente. Os palmeirenses se assustaram com as exigências de Sampaoli e preferiram confiar em Luxa.

Outra cobiçada prancheta, a do Athletico, foi para as mãos de mais um veterano, Dorival Júnior. O clube que superou alguns dos grandes do país comandado por um técnico da jovem guarda (Tiago Nunes, hoje no Corinthians) decidiu mudar de filosofia e valorizar a experiência.

Por sua vez, o Vasco dá uma demonstração de que curtiu o trabalho do veterano Luxa trazendo o rodado Abel Braga para sua vaga.

Todo esse cenário mostra uma divisão de pensamentos entre os cartolas que dá espaço para todas as escolas de treinador: estrangeiros jovens e experientes e brasileiros da jovem e da velha guarda. Não temos uma linha dominante.

Assim, a expectativa é de duelos interessantes em 2020 com nomes como Dorival e Luxa de um lado e Jesualdo Ferreira (Santos), Coudet (Inter), Dudamel (que deve ser oficializado pelo Atlético-MG) e Jesus.

 

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.