Covid-19: anúncio de medidas vira aula de como não se prevenir
ESPECIAL NOVO CORONAVÍRUS*
Uma aula de como não se prevenir contra a transmissão do novo coronavírus. Foi o que se viu no pronunciamento de Jair Bolsonaro e dos presidentes do Banco Central, da Caixa Econômica Federal e do BNDES, nesta sexta (28), para anunciar medidas visando minimizar os efeitos econômicos da pandemia. A falta de cuidados continuou na entrevista coletiva realizada na sequência, sem a presença do presidente da República.
Apesar de terem sido disponibilizados microfones individuais, eles acabaram usando o mesmo quase o tempo inteiro.
Além disso, durante o pronunciamento, os participantes se mantiveram próximos uns dos outros, sem respeitar a distância mínima de dois metros recomendada por muitos especialistas.
Bolsonaro, que tem 65 anos e está na faixa etária de maior preocupação para os médicos, abriu os trabalhos. Falou e deu lugar a Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central. Ele meteu a mão no microfone para ajustá-lo e, em seguida, segurou o púlpito.
Neto interrompeu sua fala e foi para outro microfone. Imediatamente, Bolsonaro se dirigiu para onde o executivo estava. Foi reclamar dos problemas no sistema de som. O capitão colocou as mãos sobre o púlpito, antes local de descanso para as mãos de Neto.
Autoridades da área da saúde recomendam desinfetar superfícies que foram tocadas por outras pessoas. Se isso não for possível, como era o caso, a recomendação é não tocar nesses lugares.
A sequência de descuidos continuou com Pedro Guimarães, presidente da Caixa, decidindo se afastar do microfone que estava à sua frente para usar o de Neto. Enquanto isso, Bolsonaro cochichava com um dos participantes do pronunciamento. A orientação dos especialistas é para que se evite falar muito perto de outra pessoa. Guimarães também cochichou com uma mulher que apareceu no palco.
Ao trocar de microfone com Bolsonaro, o presidente da Caixa tocou no braço do chefe. A orientação para se evitar contato físico foi desrespeitada por ele de novo com pelo menos um toque nas costas de Neto, que encostou no suporte do microfone, tocado em seguida por Gustavo Montezano, presidente do BNDES.
E foi assim até o final, sem alguns dos cuidados que o Ministério da Saúde pede para a população adotar com o objetivo de dificultar a transmissão do vírus.
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