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Opinião: Tite precisa mudar conceito para aproveitar bem trio do Flamengo

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06/03/2020 13h14

Tite só vai conseguir explorar todo o potencial do trio flamenguista que convocou para o início das Eliminatórias se der aos rubro-negros mais liberdade de movimentação do que costuma dar aos seus jogadores na seleção brasileira.

Na opinião deste blogueiro, o treinador deveria pensar seriamente em dar a titularidade para Gabigol, Bruno Henrique e Everton Ribeiro.

Porém, jogando juntos ou separadamente, os três funcionam melhor se deslocando constantemente por todos os lados do campo.

Por sua vez, Tite gosta que seus jogadores guardem posição para facilitar a recuperação da bola quando ela é perdida para os adversários.

Seria um enorme desperdício deixar Everton Ribeiro, Bruno Henrique e Gabigol confinados em determinadas faixas do campo. Foi o que aconteceu com Neymar na Copa da Rússia, por exemplo.

O trio flamenguista desorienta as defesas rivais  com seus deslocamentos completados por subidas dos volantes.

Não tenho a pretensão de sugerir que o técnico da seleção brasileira tente repetir o esquema tático do Flamengo. Mas ele pode adicionar uma pitada de tempero rubro-negro à sua receita.

Imagino o desespero que seria para os adversários ver, por exemplo, Bruno Henrique, Gabigol, Neymar e Everton Ribeiro trocando rapidamente de posições e preenchendo espaços. Isso com Arthur ou Bruno Guimarães chegando de trás.

Seria bem interessante, mas é preciso que Tite desapegue de sua rigidez tática. O fato de ter convocado o trio flamenguista pode ser um indício de que o treinador pensa em aproveitar a trinca como ela atua por seu clube. Fazer algo diferente disso seria mais complicado e arriscado pelo curto tempo que os três jogadores teriam para se adaptar a  um esquema mais engessado.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.