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Sintonia com WTorre gera expectativa no Palmeiras por fim de litígio

Perrone

06/03/2020 04h00

 A guinada na relação entre Palmeiras e WTorre abre caminho para uma tentativa de acordo entre as partes num futuro próximo para encerrar a antiga batalha travada numa câmara de arbitragem.

Construtora e clube já não se agridem. Não se provocam. Pelo contrário, os parceiros trabalham em ritmo de cooperação. O entendimento é de que o clima bélico anterior trazia prejuízos para as duas partes.

 A nova fase do relacionamento gera a expectativa em parte dos dirigentes palmeirenses de que em breve aconteça um acordo para o fim do litígio. Dois cartolas alviverdes disseram ao blog que o trato está perto de acontecer.

No entanto, internamente, o discurso da cúpula palmeirense é de que não existem tratativas neste momento para suspender a disputa na câmara de arbitragem. Isso porque o foco está voltado para o trabalho em conjunto visando colocar novos projetos em prática.

Um exemplo dessa cooperação é a instalação do gramado sintético no Allianz Parque, efetuada com sucesso.

Agora na pauta está a criação do museu do Palmeiras no estádio. O entendimento no comando palmeirense é de que a boa relação nessas empreitadas pode até resultar na costura de um acordo para o fim das disputas, mas esse não é o objetivo agora. Há uma preocupação de não se criar a expectativa de que um trato pode ser selado rapidamente. No entanto esse sentimento já existe entre alguns cartolas.

Dirigentes palmeirenses ficaram satisfeitos com a forma rápida e em sintonia com agremiação com que a empresa tratou do assunto grama sintética. O novo gramado era visto como fundamental pelo departamento de futebol palmeirense para que a equipe fosse menos prejudicada com os shows em sua arena. A grama artificial sofre menos com os eventos.

Os cartolas também elogiam o empenho da construtora no projeto do museu alviverde.

Constantes reuniões com o Banco do Brasil, responsável pelo financiamento para a WTorre levantar dinheiro usado na construção do estádio também aproximaram as partes. Um novo encontro com a instituição financeira está programado para esta sexta (6).

Por conta de divergências contratuais, a disputa entre clube e construtora virou tema para decisão por arbitragem.

Em 2016 a câmara de arbitragem da Fundação Getúlio Vargas deu ganho de causa ao Palmeiras numa das demandas. Ficou decidido que a construtora só tem direito a vender 10 mil cadeiras por jogo no estádio. O Palmeiras pode comercializar outras cerca de 30 mil.

No entanto mais questões continuaram sendo avaliadas pela câmara de arbitragem.  Em dezembro de 2017, como advogado da empresa, Ricardo Tepedino disse ao UOL Esporte que a arbitragem ainda se posicionaria em relação a quem deve pagar todas as despesas da arena em dias de jogos, por exemplo. Ele também afirmou na ocasião que o Palmeiras pediu na arbitragem a apuração de valores supostamente devidos pela construtora. O débito estaria ligado à participação a que o clube tem direito no lucro da construtora com eventos realizados no Allianz, além de multas que devem ser pagas quando o time é obrigado a jogar fora de seu estádio.

De maneira geral, cartolas do Palmeiras definem hoje o relacionamento com a Wtorre como cordial, além de pacífico.

Procurada por meio de sua assessoria de imprensa para falar sobre a possibilidade de um acordo que encerre a disputa na câmara de arbitragem, a WTorre afirmou que não poderia se pronunciar por questões jurídicas. A diretoria do Palmeiras também não quis se manifestar.

 

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.