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Manaus adota solução caseira e descarta ajuda federal para enviar caixões

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02/05/2020 12h58

ESPECIAL COVID-19

A prefeitura de Manaus enviou resposta à Secretaria de Governo (Segov), ligada à presidência da República descartando pedir ajuda federal para o transporte de caixões para evitar uma possível carência de urnas funerárias na capital do Amazonas durante a pandemia de Covid-19. Foi apontada uma solução caseira para reforçar o estoque local.

O ofício foi enviado após a Segov indagar à prefeitura se seria necessário o envio de 2.000 caixões para abastecer o estoque da cidade por meio de transporte aéreo a ser disponibilizado pelo Governo Federal. A Abredif (AssociaçãoBrasileira de Empresas e Diretores do Setor Funerário) havia solicitado que o governo federal providenciasse transporte aéreo de 2.000 caixões para Manaus, alegando que a demora para fazer o envio por via terrestre poderia ocasionar a falta de urnas.

Em nota enviada ao blog nesta sexta (1º), a Segov declara que "a prefeitura da cidade de Manaus informou, via ofício, que 'não possui qualquer interesse em solicitar apoio ao Governo Federal em relação às demandas referentes a serviços funerários"'.

Ainda segundo o comunicado, a ADS (Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas) está "disponibilizando a mão de obra para a fabricação de caixões/urnas, sendo, portanto, desnecessária uma logística mais complexa, a fim de evitar eventual desabastecimento do referido item, bem como fomentar o polo moveleiro do Estado'".

Diante das informações recebidas, o "Comitê de Crise do Governo Federal considera que a demanda apresentada pela Abredif pode ser sanada dentro da competência municipal e local".

A prefeitura de Manaus havia enviado nota ao blog no último dia 28 afirmando que tinha estoque de caixões para os próximos 30 dias e que já estava providenciando novas compras. Vale lembrar que as urnas da Abredif são da iniciativa privada.

Abaixo leia nota da Segov sobre o tema.

"Em relação à solicitação feita pela Associação Brasileira de Empresas e Diretores do Setor
Funerário (ABREDIF), informamos que:
1- Após a Secretaria de Governo da Presidência da República, por meio da Secretaria Especial de Assuntos Federativos (SEAF), enviar pedido de esclarecimento para apurar a real necessidade do pedido de transporte aéreo proposto pela ABREDIF na última segunda-feira (27), a Agência de Desenvolvimento Sustentável (ADS) e a prefeitura de Manaus (AM) responderam:
2- Segundo a Nota Pública, a ADS colocou à disposição, das funerárias particulares do estado do Amazonas, "disponibilizando a mão de obra destes para a fabricação de caixões/urnas, sendo, portanto, desnecessária uma logística mais complexa, a fim de evitar eventual desabastecimento do referido item, bem como fomentar o polo moveleiro do Estado".
3- Já a prefeitura da cidade de Manaus informou, via ofício, que "não possui qualquer interesse em solicitar apoio ao Governo Federal em relação às demandas referentes a serviços funerários".
 4- Levando em conta os argumentos supracitados, o Comitê de Crise do Governo Federal considera que a demanda apresentada pela ABREDIF pode ser sanada dentro da competência municipal e local, de forma a atender às necessidades imediatas da população amazonense. O Comitê de Crise se mantêm aberto para o diálogo com as autoridades amazonenses.
 5 – Reiteramos que o Governo Federal, via Comitê de Crise, já adotou ações para minimizar os impactos do novo coronavírus no estado do Amazonas, entre elas a entrega de 55 respiradores; 488.600 máscaras; 46.560 Testes Rápidos; e o envio de 29 profissionais da Força Nacional do SUS (8 médicos, 19 enfermeiros e 2 fisioterapeutas)."

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.