Ministério divulga assinaturas em orientações sobre cloroquina
ESPECIAL NOVO CORONVÍRUS
Até a publicação deste post, o Ministério da Saúde não havia cumprido a promessa de divulgar em seu site as recomendações para o tratamento de pacientes de Covid-19 com cloroquina assinado. Depois da publicação da reportagem, foi apresentada uma nova versão assinada (leia mais no final do post). No novo documento, a medicação é descrita como difosfato de cloroquina.
Nesta quarta (20), a pasta divulgou orientações indicando que o remédio seja receitado até para pacientes com sintomas leves e que não estão hospitalizados. A medida atende a antigo desejo do presidente Jair Bolsonaro.
Na última tarde, em entrevista coletiva, o secretário-executivo adjunto do Ministério da Saúde, Élcio Franco, chegou a dizer que o texto já estava assinado. Em seguida, afirmou que se não estivesse, seria assinado por todos os secretários da pasta e publicado no site do ministério ainda ontem.
No entanto, a versão divulgada no site até as 10h02 desta quinta seguia sem assinatura. A assessoria de imprensa da pasta não respondeu aos e-mails enviados pelo blog sobre a prometida divulgação da versão assinada até a conclusão deste post.
Para médicos ouvidos pelo blog, a falta de assinatura tira peso do documento e impede que responsáveis sejam cobrados em caso de problemas.
Como diz a própria orientação ministerial, a cloroquina pode provocar uma série de efeitos colaterais, incluindo arritmia cardíaca, além de ainda não ter estudos que comprovem sua eficiência. Para terem acesso ao medicamento, pacientes precisam assinar um termo afirmando que foram informados sobre os riscos e aceitam o tratamento.
Os ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich se recusaram a referendar o uso da cloroquina até para pacientes em estado leve, como queria Bolsonaro.
O site do Ministério da Saúde traz uma série de PCDTs (Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas) assinados por secretários da pasta. Eles versam sobre o uso de diversos medicamentos em tratamentos para uma série de doenças, mas, ao contrário da orientação sobre cloroquina até agora, foram publicados em portaria.
Conforme explicado no site, esses protocolos "devem ser baseados em evidência científica e considerar critérios de eficácia, segurança, efetividade e custo-efetividade das tecnologias recomendadas".
Atualização
No início da tarde desta quinta, o Ministério da Saúde apresentou nova versão do documento assinada.
Assinam as orientações Mayra Isabel Correia Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde,
Cleusa Rodrigues da Silveira Bernardo,
secretária de Atenção Especializada à Saúde, substituta,
Robson Santos da Silva, secretário especial de Saúde Indígena, Daniela de Carvalho Ribeiro, secretária de Atenção Primária à Saúde, substituta,
Vania Cristina Canuto Santos,
secretária de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde, substituta, Wanderson Kleber de Oliveira, secretário de Vigilância em Saúde, Antônio Elcio Franco Filho,
Secretário-Executivo, substituto.
Também após a publicação da primeira versão deste post, a assessoria de imprensa da pasta divulgou a nota que você lê a seguir.
"Sobre a assinatura do documento das 'orientações para manuseio medicamentoso precoce de pacientes com diagnóstico da COVID-19', o Ministério da Saúde informa que o tema vinha sendo discutido no âmbito do Ministério da Saúde por seu corpo técnico. Para deixar clara a participação e o envolvimento de todas as secretarias, os titulares das pastas assinaram o documento ainda na quarta-feira (20)".
Apenas na noite desta quinta, a assessoria de imprensa do Ministério da Saúde respondeu aos questionamentos feitos pelo blog com a seguinte nota:
"O Ministério da Saúde divulgou nesta quarta-feira (20) nota informativa com orientações a médicos para ampliar o acesso de pacientes com COVID-19 ao tratamento medicamentoso precoce, ou seja, no primeiros dias de sintomas, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). O documento traz a classificação dos sinais e sintomas da doença, que pode variar de leve a grave; e a orientação para prescrição a pacientes adultos de dois medicamentos associados à azitromicina: a cloroquina e o sulfato de hidroxicloroquina. A escolha do melhor tratamento para a doença pode variar de acordo com os sinais e sintomas e a fase em que o paciente se encontra. Esses dois medicamentos já eram indicados para casos graves, hospitalizados.
Sobre a assinatura do documento das "Orientações para manuseio medicamentoso precoce de pacientes com diagnóstico da COVID-19", o Ministério da Saúde informa que o tema vinha sendo discutido no âmbito do Ministério da Saúde por seu corpo técnico. Para deixar clara a participação e o envolvimento de todas as secretarias, os titulares das pastas assinaram o documento ainda na quarta-feira (20)".
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