Com 12 mortes de sócios, Gaviões combate efeitos da Covid-19 com psicólogos
Ao mesmo tempo em que chora a morte de 12 associados por Covid-19, a Gaviões da Fiel, principal torcida organizada do Corinthians, tenta combater o vírus com ações de prevenção para seus membros e vaquinha virtual com o objetivo de distribuir cestas básicas para famílias que tiveram suas receitas reduzidas por conta dos reflexos da pandemia. A partir desta terça (2), os integrantes da uniformizada ganharão uma ajuda para contar também com um apoio psicológico à distância para superar eventuais traumas.
A assessoria de imprensa da uniformizada diz que não existe controle de quantos membros foram contaminados pelo novo coronavírus. Porém, confirma as 12 mortes pela doença, como contou Chico Malfitani durante manifestação em favor de democracia no último domingo, na Avenida Paulista. A uniformizada não organizou a manifestação, mas tem conhecimento da participação de parte de seus membros de forma independente.
"Participo de muitos grupos (em redes sociais) de sócios. A maioria está abalada", diz Cleber Sobrinho, diretor do departamento social da Gaviões. Além das perdas de amigos, a queda nas receitas, com demissões, por exemplo, também tem deixado marcas nos associados. "Amanhã (nesta terça) vamos anunciar uma parceria com 'O Abraço que Faltava' que vai ajudar as pessoas na parte psicológica", disse Cleber.
O parceiro trata-se de um grupo de psicólogos voluntários que faz sessões gratuitas online para dar apoio para parentes e amigos de pessoas que morreram durante a pandemia. A ajuda está disponível para o público em geral. A Gaviões passará a indicar o grupo para seus integrantes. Uma das mensagens preparadas pelo departamento social da organizada recomenda os site do grupo de psicólogos para associados que precisem ou conheçam quem precise de suporte psicológico por conta de perdas de parentes ou amigos durante a pandemia.
Para o diretor da uniformizada, os especialistas podem ajudar também quem está abalado por dificuldades financeiras geradas pelos reflexos da pandemia. "Eles vão conversar com as pessoas, dar assessoria para elas. Muitas famílias não sabem o que fazer quando perdem o emprego. Às vezes, as pessoas têm menos vergonha de falar com quem não conhecem do que com amigos", disse Cléber. A uniformizada também dará espaço em suas redes sociais para ajudar o grupo a tentar captar novos voluntários.
As iniciativas do departamento social da agremiação incluem a divulgação em suas redes sociais de dicas de prevenção para tentar ajudar os sócios a se protegerem. Além de informações sobre higiene pessoal, são dadas explicações de como o vírus é transmitido e a respeito dos sintomas. "Meu telefone não para, muita gente me manda mensagem pedindo orientação. Vejo que os associados têm consciência do que está acontecendo. Nos nossos grupos, todos se cobram. Se alguém posta uma foto sem máscara, por exemplo, os outros cobram", contou Cléber.
Em outra frente, a torcida criou uma vaquinha online por meio do link www.kicante.com.br/gavioes para conseguir 5.000 cestas básicas. "A ação das cestas básicas inclui famílias de sócios (mas não só elas) que foram atingidos economicamente pela pandemia. O nosso departamento social está cuidando de todo o atendimento. Já conseguimos mais de 1.100 unidades", informa a assessoria de imprensa da organizada.
Outra iniciativa é distribuir marmitas para comunidades carentes, moradores de rua e moradores de ocupações. De acordo com a assessoria de imprensa da Gaviões, a torcida está perto de atingir a marca de 10.000 mil marmitas entregues. A organizada conta com parceiros para preparar as refeições, distribuídas aos sábados. "Também doamos máscaras, feitas em parceria com uma costureira, roupas, cobertores. Recebemos uma grande quantidade de botas e estamos entregando mais de mil pares para moradores de rua", afirmou Cleber.
Integrantes da Ala das Baianas e da Velha Guarda da escola de samba da Gaviões, que têm muitos idosos, membros do grupo de risco da Covid-19, também têm recebido doações de cestas básicas, máscaras e álcool em gel. Outra iniciativa da torcida organizada é vender kits compostos de máscara e camiseta a fim de levantar recursos para suas ações sociais.
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