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Grupo de oposição pede na Justiça afastamento de Andrés da presidência

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29/06/2020 12h10

O grupo oposicionista Frente Liberdade Corinthiana entrou com ação no Fórum Regional do Tatuapé com pedido de liminar para afastar imediatamente Andrés Sanchez da presidência do Corinthians. O advogado da ala formada por sócios, conselheiros e torcedores, Cristiano Medina, alega que o presidente alvinegro desrespeitou o estatuto em diversas oportunidades, por isso pede para que ele seja afastado. Normalmente, os pedidos de impeachment são feitos no Conselho Deliberativo, porém, o grupo escolheu o caminho judiciário. Andrés não fala com o blog, por isso não pôde ser ouvido.

"Optamos pelo ajuizamento da ação por conta das evidentes violações aos mandamentos legais, estatutários, e pelo fato de o STJ já ter se manifestado em outras oportunidades sobre a competência do poder judiciário para enfrentar questões como essa. Em tempos passados, o Conselho Deliberativo foi instado a se manifestar no caso do (então presidente) Roberto de Andrade e acabou não acolhendo o pleito dos conselheiros. Então, optamos pelo poder judiciário", disse Medina ao blog.

Entre as normas estatutárias que teriam sido desrespeitadas, segundo o grupo, estão a realização de empréstimos sem a autorização prévia do Cori (Conselho de Orientação). Indagado sobre o tema em outras oportunidades, o departamento financeiro alvinegro afirmou ter seguido todas as normas previstas pelo estatuto durante sua gestão.

A Frente Liberdade Corinthiana  acusa Sanchez de gestão temerária. Entre outros exemplos, é usado o fato de a previsão orçamentária para 2019 ter sido de superávit de R$ 650 mil. O ano terminou com déficit de R$ 177 milhões. O grupo também alega que Andrés não responde aos pedidos de esclarecimentos feitos sobre atos de sua administração.

Após a publicação da primeira versão deste post, o Corinthians publicou em seu site nota na qual a diretoria se posiciona sobre a ação. Leia abaixo o comunicado oficial na íntegra.

"A administração do Sport Club Corinthians Paulista recebe com tranquilidade o evidente atropelo do Estatuto e o oportunismo eleitoral, que movem um grupo político rumo a um pedido judicial de natureza estranha e apressada.

Estranha porque o clube tem órgãos independentes aos quais cabe requisitar os devidos esclarecimentos à gestão executiva, notadamente o CORI (Conselho de Orientação) e o Conselho Deliberativo. Apressada porque, em meio a uma paralisação sem precedentes no futebol, provoca tribunais de forma marqueteira, sem qualquer zelo pela imagem do clube, com o único intuito de antecipar —em um semestre— o processo eleitoral interno".

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.