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Missão da diretoria do Flamengo é menos difícil do que quando achou Jesus

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19/07/2020 04h00

O impacto da notícia da saída de Jorge Jesus na torcida do Flamengo sugere que a missão da diretoria de encontrar um substituto é mais difícil do que realmente é. Na opinião deste blogueiro, a tarefa é mais fácil do que foi quando a direção rubro-negra procurava alguém para a vaga de Abel Braga em 2019.

Naquela oportunidade, era necessário achar um comandante que fizesse um bom time jogar mais do que jogava. Mas não só isso. Era preciso botar a equipe no ataque e dar mais plasticidade ao estilo de jogo. Na verdade, o Flamengo procurava alguém para iniciar um novo projeto tático, o que não costuma ser simples.

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O elenco era forte, mas inferior ao que o sucessor do português receberá. Hoje o Flamengo tem um padrão consolidado.

A pressão pelas conquistas da Libertadores e do Campeonato Brasileiro é menos intensa do que quando Jesus chegou, já que os dois canecos foram levantados no ano passado.

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Nesse cenário, os cartolas do Flamengo precisam encontrar um técnico que seja capaz de manter o que já foi construído. Pelo menos em tese, é menos complicado do que garimpar um profissional gabaritado para construir um grande projeto.

Talvez, o principal trabalho da direção seja fisgar alguém que não tenha o ego dilatado a ponto de querer fazer mudanças só pra não carregar o rótulo de herdeiro sortudo de Jesus.

Essa é uma das principais preocupações que os dirigentes rubro-negros devem ter. As outras são se certificar de que o novo técnico seja bom de vestiário, esteja disposto a jogar no ataque até fora de casa e tenha alergia a poupar jogadores.

Mas é importante a diretoria não esquecer como foi deixada na mão por Jesus. Desde o primeiro dia de trabalho do novo comandante é prudente pensar em criar um mecanismo que torne mudanças de treinadores menos traumáticas. No mundo ideal, sucessores devem ser preparados em casa, aprendendo com o chefe do momento.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.