Se Corinthians e Palmeiras forem eliminados nas semifinais será vexame?
Azarão nas brigas por vagas nas quartas de final e nas semifinais do Paulista, o Corinthians agora é o mais favorito para chegar à decisão estadual na opinião deste blogueiro. O Palmeiras tem o favoritismo no duelo contra a Ponte Preta, mas a vantagem teórica do alviverde é menor do que a do alvinegro do outro lado da disputa.
Nesse cenário, se o Corinthians perder para o Mirassol será um vexame, como foi para o São Paulo. Mas, se o Palmeiras for eliminado pela Ponte Preta não chamarei de fiasco, a menos, claro, que seja por goleada.
O que diferencia a análise sobre a condição dos rivais da capital nas semifinais é a situação dos adversários. O Mirassol está em frangalhos, perdeu quase que seu time todo durante a parada por conta da pandemia de Covid-19 e levou um grupo sem o mínimo de entrosamento para enfrentar o São Paulo. Surpreendentemente ganhou, mas não vai ganhar muita estrutura tática até domingo, quando faz sua semifinal.
O time de Tiago Nunes fez uma péssima primeira fase, chegou a ver o fantasma do rebaixamento no retrovisor, mas com esforço e a decisiva ajuda do São Paulo na última rodada chegou às quartas de final. Superou sem sustos o Red Bull Bragantino, um dos melhores times da competição. Fez isso mostrando uma pequena evolução. Seus gols (um no primeiro minuto com falha de Júlio César, seu ex-goleiro) e outro de Jô, de cabeça, refletem treinos bem feitos. Para abrir o placar logo de cara é preciso concentração. Isso não cai do céu, assim como gols de cabeça, especialmente em jogadas de bola parada. Tem trabalho aí.
Quando o Red Bull cansou, no segundo tempo, o Corinthians mostrou mais organização do que durante a maior parte do Campeonato Paulista, e assegurou a vitória por 2 a 0. Na minha opinião, Tiago Nunes está acertando mais nos mata-matas do que acertou na primeira fase. Acertou, por exemplo, em transformar Éderson em titular. A equipe finalmente ganhou a chegada decisiva de um volante ao ataque. A aposta em Jô, completamente sem ritmo de jogo, deu certo. Ele poderia ter jogado sem um centroavante raiz, mas sua opção funcionou. A tendência é haver mais uma pequena evolução até domingo. Assim, é possível deixar de rotular a o time de Itaquera como favorito disparado diante do remendado Mirassol.
Na outra semifinal, o Palmeiras tem muito mais elenco do que a Ponte Preta. Vanderlei Luxemburgo possui um cardápio de variações táticas que poucos treinadores do país têm. Mas, a vitória por 2 a 0 sobre o Santo André, com um gol no final, mostrou a capacidade que o tempo sem futebol tem de diminuir a diferença técnica entre as equipes, por melhor que tenha sido a primeira fase do time do ABC paulista.
O jogo mostrou também como os palmeirenses sentem a falta de Dudu. A equipe se defende bem, troca passes com eficiência, mas não sabe o que fazer com a bola quando chega perto da área adversária. Falta alguém decisivo, seja na finalização, no drible que abre espaços na defesa ou na assistência. Esse pacote diminui a vantagem teórica do Palmeiras sobre a Ponte Preta. Assim, ouso dizer que não será um vexame uma eventual eliminação da equipe de Luxemburgo.
Você pode estar pensando: "mas a Ponte correu o risco de ser rebaixada. Um time com a grana do Palmeiras perder para uma equipe modesta é vexame, sim". A questão financeira é importante, sim. Mas, apesar de todos os problemas, a equipe de campinas é organizada, tem jogadores experientes. É verdade que passou pelo Santos com uma enorme ajuda de Marinho, expulso. Mas, quando ficou com um a mais provou saber explorar espaços e ter alguma qualidade. É pouco para dizer que não há favorito no embate com o Palmeiras. Mas, como esse momento de retomada tende a diminuir diferenças técnicas e a valorizar o preparo físico, é o suficiente para dizer que não seria um vexame a eventual eliminação alviverde.
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