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Amigos de Ronaldinho em prisão acompanham audiência ao vivo e vibram

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25/08/2020 04h00

A audiência na qual a Justiça paraguaia autorizou a volta de Ronaldinho Gaúcho e Assis ao Brasil teve tratamento de final de campeonato nesta segunda (24) na "Agrupación Especializada de la Policia Nacional", quartel adaptado para ser usado também como prisão, em Assunção, no Paraguai.

Os ex-companheiros de Ronaldinho e Assis assistiram à sessão ao vivo. A Justiça paraguaia fez a transmissāo ao em rede social.

"Eles (ex-companheiros de Ronaldinho) assistiram pela TV. Seus amigos estão muito felizes pela notícia", afirmou ao blog o comissário Blas Vera, administrador do local.

De acordo com Vera, os detentos com os quais Ronaldinho fez amizade se reuniram para acompanhar a audiência, mas respeitando regras de distanciamiento social impostas no quartel para combater a transmissão do novo coronavírus.

Nos 32 dias em que ficou preso preventivamente na instituição, até mudar para prisāo domiciliar num hotel de luxo na capital paraguaia, Ronaldinho chamou atençāo pela interação com os demais presos. O ex-astro do Barcelona jogou futebol e futevôlei e participou de churrasco. Ele era constantemente mimado pelos companheiros e frequentemente tirava fotos e gravava vídeos com os novos amigos. Foi no quartel e presídio que Ronaldinho comemorou seu aniversário de 40 anos.

Na audiência desta segunda, a Justiça homologou pedido do Ministério Público paraguaio para suspender por um ano o processo contra o ex-jogador da seleção brasileira por porte e uso de documentos paraguaios com conteúdo falso. A decisão permite sua volta ao Brasil. A defesa espera que o retorno aconteça já nesta terça. Foi determinado o pagamento de uma multa por dano social de US$ 90 mil (cerca de R$ 503,5 mil).

Assis foi condenado a dois anos de prisão, mas teve a pena suspensa por dois anos e aplicaçāo de multa de US$ 110 mil (aproximadamente R$ 615,4 mil). Ele terá que se apresentar a cada quatro meses a uma autoridade da Justiça brasileira. Ambos nāo podem mudar de endereço sem avisar a Justiça paraguaia. Os irmãos têm liberdade para viajar.

Se todas as exigências forem cumpridas, as ações serāo encerradas ao final das suspensões.

As medidas impostas para Assis sāo mais duras porque o Ministério Público acredita que ele tinha conhecimento da confecção dos passaportes e das cédulas de identidade antes de chegar ao Paraguai.

Os promotores nāo comprovaram a participação de Ronaldinho, apenas o uso dos documentos.

A defesa de Assis diz que ele nāo sabia que a papelada era falsa. Sustenta que seu cliente aceitou uma oferta para ter documentos paraguaios pensando que eles eram legítimos e facilitariam eventuais negócios no país.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.