Jogo na TV Brasil reforça como seleção pode ajudar a empoderar cartolas
A transmissão da vitória da seleção brasileira por 4 a 2 sobre o Peru nesta terça (13) pela TV Brasil é o exemplo mais bem acabado de como o time pentacampeão mundial pode ser usado para dar cacife político aos comandantes da CBF.
Depois de pedido do Governo Federal pela exibição do jogo em TV pública, a confederação comprou os direitos da partida e cedeu para a TV Brasil, que já transmite a Série D.
O investimento feito por Rogério Caboclo, presidente da CBF, certamente valeu pela gratidão do governo e consequente aproximacão com os governantes. Tanto que o dirigente e cartolas da CBF receberam abraços e agradecimentos da Secretaria de Comunicação do governo pela cessão dos direitos.
Num país em que cartolas vivem pedindo favores, especialmente repactuações de dívidas fiscais ao Governo Federal, o possível uso da seleção para essa aproximação entre CBF e governantes é preocupante.
É natural imaginar que, depois dessa, cartolas com dificuldades para terem pedidos atendidos em Brasília recorram a Caboclo, aumentando seu poder político e, talvez, tornando clubes mais vulneráveis às vontades da CBF.
Há muitas questões em jogo no futebol brasileiro neste momento tendo Brasília na rota. MP do Mandante, dívidas fiscais dos clubes e questões trabalhistas relacionadas a jogadores e agremiações. Isso deixa evidente como o gesto por meio da seleção foi importante para a CBF.
Há também o lado do governo, que ganhou o time de Tite para fazer a velha e má política do pão e circo, igualzinho aos tempos da ditadura militar.
Pelo meio do caminho, ficou o canal por assinatura EI Plus, único que tinha os direitos de transmissão da partida. Ou seja, o governo acabou, indiretamente, interferindo em questões comerciais privadas.
O movimento da CBF pode ter reflexos em diversas áreas do futebol brasileiro, por isso o caso merece atenção. Personagens que estejam do lado oposto da CBF em eventuais questões que passem pelo executivo não terão a seleção nas mãos para se aproximar dos governantes. A isonomia pode ser ameaçada.
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