Quatro fatores que ajudaram a afundar o projeto corintiano para 2020
Veja abaixo quatro fatores que, na opinião deste blogueiro, colaboraram para o projeto do Corinthians em 2020 virar luta contra o rebaixamento no Brasileirão.
1- Apresentação de Tiago Nunes atrasada
O projeto corintiano para a atual temporada nasceu torto no momento em que a diretoria aceitou o pedido de Tiago Nunes para que ele começasse a treinar o time só em 2020, apesar de ter sido contratado no final de 2019.
Dessa forma, o treinador desperdiçou tempo precioso para conhecer o elenco. Se tivesse chegado antes, na opinião deste blogueiro, saberia melhor do que a equipe precisava e teria mais conhecimento do elenco. O tempo para implantar a mudança tática planejada por ele seria maior. Ironicamente, o técnico caiu pedindo tempo, algo que ele desprezou lá atrás, para a transformação dar certo.
2 – Falhas na montagem do elenco
Várias das dificuldades do Corinthians passam pela falta de um elenco equilibrado. Não há um armador e sobram volantes, o que causa uma anemia no setor de armaçāo.
O time foi montado praticamente sem jogadores rápidos, seja para fazer as transições com rapidez ou para quebrar as linhas defensivas adversárias.
Também faltam atletas com mobilidade e poder de marcação para pressionar a saída bola dos oponentes. Coelho tentou fazer isso com Luan e Jô, mas ambos têm dificuldades para exercer a função.
Venda de jogadores que fazem falta também entram no pacote. É o caso do zagueiro Pedro Henrique, negociado com o Athletico e que virou ausência sentida devido à contusão de Danilo Avelar.
Na lateral esquerda, Tiago Nunes custou a encontrar um jogador que o agradasse. Quando Carlos Augusto se firmou na posição foi vendido para o Monza, da Itália.
O alvinegro também apostou em vários reforços que não deram certo. A maioria não dava sinais de que poderia funcionar.
Nessa lista merecem estar Sidcley, Yony González e Davó. Luan, na opinião deste blogueiro, foi uma tentativa válida porque, diferentemente dos outros, já jogou em alto nível. No entanto, até agora não vingou.
3 – Dificuldades financeiras
Os atrasos salariais têm sido frequentes no clube do Parque São Jorge neste ano. Os jogadores tiveram até que, em dia de jogo, desviar a atenção da partida para gravar um vídeo no qual negavam estarem articulando greve.
Uma manobra da direção para resolver o problema trouxe mais dor de cabeça. Na tentativa de ganhar tempo e agilizar a antecipação do dinheiro da venda de Pedrinho para o Benfica, a diretoria aceitou diminuir o preço de 20 milhões de euros para 18 milhões de euros.
Além disso, o alvinegro topou adiar o pagamento da primeira prestação de agosto de 2020 para o mesmo mês de 2021.
Só que até a semana passada a antecipação do valor total da venda não havia sido feita junto a uma instituição financeira estrangeira.
Conclusão, o time ficou sem Pedrinho, uma opção para armação, e ainda não aliviou sua situação financeira. Os portugueses bateram o pé pelo desconto porque o Corinthians desistiu de comprar Yony. Da quantia total, Will Dantas, empresário do jogador, tem direito a 30%.
4 – Insistência com Coelho
Desde que demitiu Tiago Nunes, a diretoria corintiana decidiu apostar em Coelho, mesmo sem anunciar sua efetivação.
A cada rodada sob o comando do ex-lateral o time não mostrava evolução. E Andrés Sanchez, presidente do clube e antigo amigo de Coelho, seguia inerte,s contratar um substituto.
Depois de 7 jogos (três derrotas, uma vitória e três empates), o Corinthians anunciou Vágner Mancini. O anúncio da contratação foi feito horas depois de o alvinegro sacramentar sua entrada na zona de rebaixamento do Brasileirão, um marco nessa crise rascunhada meses antes com decisões que não sugeriam resultados animadores.
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