Felipão veta dirigente em sua sala, após falar até em demissão
Arnaldo Tirone provavelmente está mais preocupado com a entrevista coletiva de Luís Felipe Scolari depois do jogo desta quinta do que com o resultado da partida contra o Bahia. Ele deverá ir à concentração para acalmar o técnico. Existe o temor que Felipão detone Roberto Frizzo, vice de futebol, diante das câmeras após o duelo.
Isso porque as últimas 48 horas foram de tensão no Palestra Itália. A crise que se arastava entre o técnico e o vice explodiu na terça-feira.
Felipão se irritou quando soube que problemas trabalhistas emperravam a troca de Ricardo Bueno por Pierre e que o Atlético-MG não pagaria pelo empréstimo do volante. Descobriu pelo lado mineiro que o acordo costurado por ele havia sido ignorado pela diretoria alviverde, que aceitara a transferência gratuita.
"Se o senhor fez isso mesmo, eu vou pedir demissão", chegou a dizer o treinador para o presidente, de acordo com seus aliados. Tirone negou ser o responsável por topar liberar Pierre de graça. Scolari explodiu quando Frizzo assumiu a autoria da negociação. Chegou a abandonar o cartola numa sala, interrompendo a conversa.
A partir daí, defensores dos dois desafetos usaram munição pesada para tentar minar o inimigo. O grupo de Felipão lançou críticas contra o estilo Frizzo de administrar, alegando que as negociações tocadas por ele costumam enroscar em algum ponto. E queixam-se do pagamento de comissões a empresários, como nas contratações de Paulo Henrique e Gerley.
Afirmam que Frizzo foi contra a vontade de Felipão de adquirir Luan. E ainda insistiu na compra de Henrique, quando havia uma negociação para trazê-lo de graça, por empréstimo. Enxergam no vice um aliado de Pepe Dioguardi, empresário de Kléber e desafeto de Felipão. Reclamam também de sua amizade com outro agente, José Luís Galante, empresário de Paulo Henrique, e que trouxe o argentino Facundo para o time B.
"Não houve confusão nenhuma nos negócios que fiz. E não favoreço empresário. Mas é natural no futebol que algumas pessoas tenham mais simpatia com uns empresários do que com outros. Talvez estejam reclamando por isso", disse Frizzo ao blog.
Tirone já tinha acalmado Felipão com a promessa de que acompanhará mais de perto as próximas negociações quando chegou ao ouvido do técnico, nesta quarta, que a turma de Frizzo planejava contratar Paulo César Carpegiani.
Felipão falou em colocar uma cartaz de boas-vindas para Carpegiani em seu quadro de avisos. Antes, já havia trancado a porta de sua sala, afirmando que lá Frizzo não entra. Assim como o gerente de futebol, Sérgio do Prado.
Colaboradores de Frizzo, que nega ter problemas com o treinador, demonstram interesse em irritar o técnico. Em vez de aconselhá-lo a pedir demissão, a tropa de choque de Scolari reage tentando jogar o dirigente contra a torcida.
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