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Grandes paulistas tropeçam na prestação de contas

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30/03/2011 10h32

No momento em que o torcedor mais se interessa pelas finanças de seus clubes, os maiores times de São Paulo se enrolam na prestação de contas a seus conselheiros.

Nesta terça, o Palmeiras não cumpriu a regra interna de apresentar o balancete mensal (fevereiro) a seu Conselho de Orientação e Fiscalização. A alegação oficial é a de que o contador contratado pela nova diretoria não conseguiu aprontar os números dentro do prazo.

A gestão anterior, comandada por Luiz Gonzaga Belluzzo, teve vários problemas nessa área. Suas contas foram rejeitadas seguidamente.

No Santos, o Conselho Deliberativo precisou marcar uma reunião só para o presidente Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro explicar os motivos para não ter entegue no prazo determinado à Comissão Fiscal os dados referentes ao balanço de 2010. A direção diz que a empresa contratada para fazer a auditoria se atrasou.

Conselheiros da oposição e até alguns da situação reclamam de que a diretoria só reduziu o déficit em R$ 38 milhões graças a empréstimos bancários. De pouco teria adiantado, já que o clube ainda terá de pagar aos bancos.

No São Paulo, as queixas são de falta de transparência. A oposição alega que não recebeu cópias do balanço com antecedência para a votação em que ele foi aprovado. E que os números foram lidos de maneira genérica na reunião.

A diretoria são-paulina nega falta de transparência e diz que todos os dados foram colocados à disposição dos conselheiros.

Do lado corintiano, a oposição aponta falhas técnicas no balanço de 2010, aprovado pelo Conselho Deliberativo. E diz não compreender como houve superávit de R$ 3,7 milhões se a dívida aumentou em pouco mais de R$ 22 milhões. Afirma que os empréstimos bancários deixaram o clube no azul. A diretoira responde que a dívida aumentou por causa principalmente dos investimentos no CT.

Contestações em relação aos relatórios financeiros sempre fizeram parte da munição na guerra política nos clubes. Porém, se tudo for feito como manda o figurino, os disparos serão raros e sem pontaria.

Mas a saúde financeira deixou de ser assunto só nas reuniões dos Conselhos. O torcedor a cada dia tem mais vontade de saber quanto o seu clube arrecadou e gastou. Está preocupado se seu time tem mais ou menos dinheiro do que o rival. Motivo para as diretorias tratarem os balanços com esmero e não para se preocuparem apenas em mostrar um número em azul.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.