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Lanterna, Corinthians B agoniza com campo de pedra e ônibus quebrado

Perrone

13/09/2011 12h01

Extensão do time júnior do alvinegro, o Corinthians B, acoplado ao Flamengo de Guarulhos, virou saco de pancadas na Copa Paulista. A equipe agoniza com uma estrutura precária, que inclui falta de bons campos para treinar, excesso de jogadores provocado por uma onda de contratações e até ônibus com motor fundido.

De acordo com o site oficial da Federação Paulista, o time B corintiano ocupa a última posição do Grupo 4 com uma vitória, seis derrotas, quatro empates e saldo negativo de 12 gols. Seus adversários na chave são Juventus, Taboão da Serra, PAEC, Osasco, São Bernardo, São José, Taubaté e Paulista.

Relatos de quem trabalha no Corinthians B ouvidos pelo blog ajudam a entender a campanha pífia. O elenco é inchado por causa das contratações. São cerca de 40 atletas, muitos que estavam encostados em outros clubes. Há caso de jogador que ganhava R$ 400 mensais e no Corinthians B recebe R$ 4.000, mas não consegue ir além do banco de reservas.

O Corinthians sofre com um inchaço geral nas categorias de base, já que mantém uma parceria com o Flamengo de Guarulhos. Segundo funcionários do clube, são apenas quatro médicos para cuidar de mais de 200 jogadores. Desde janeiro, a base corintiana contratou cerca de 30 atletas, muitos vindos do Rio de Janeiro, onde não tinham espaço e cidade em  que Marcelinho Paulista, um dos responsáveis pela base do alvinegro, tem bom trânsito nos clubes.

O campo do Flamengo de Guarulhos não dá conta de tanta gente. As categorias de base do Corinthians perderam o CT de Itaquera por causa do projeto do estádio. Obrigados a treinar em campos de várzea da região de Guarulhos, os jogadores reclamam da falta de condições de alguns deles. Dizem, por exemplo, que o do Juventude é cheio de pedras.

Na véspera de um dos jogos da Copa Paulista, o Corinthians B não treinou por falta de campo. Numa demonstração de que os vexames não acontecem apenas nos jogos, a equipe teve de abandonar um ônibus com motor fundido. Um novo veículo, fabricado em 1989, foi comprado para recompor a frota, segundo funcionários.

Na sede do Flamengo de Guarulhos, reformada pelo Corinthians, os atletas também já reclamaram de terem que tomar banho frio. Depois das queixas, o problema foi sanado.

Há também reclamações sobre desorganização da administração, como a centralização de um funcionário que não fica o dia inteiro em Guarulhos. Quando ele sai, integrantes da comissão técnica não conseguem nem abrir algumas salas para pegar material.

Jogadores também se dizem incomodados com dirigentes que entram no vestiário no intervalo das partidas para conversar com eles e passar orientações, atropelando o treinador.

Entre as contratações que geram protestos, está a do meia Adãozinho, 42 anos. No primeiro semestre, ele defendeu por três meses o Flamengo de Guarulhos. Vale lembrar que a parceria com o time do Parque São Jorge visa preparar novos atletas.

O blog telefonou para Fernando Alba, diretor de futebol amador do Corinthians, mas ele não atendeu o celular.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.