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Para cúpula palmeirense, declarações de Felipão "não foram edificantes"

Perrone

17/09/2011 07h00

Não foi só o pessoal das categorias de base que torceu o nariz para as declarações de Luiz Felipe Scolari nesta sexta. A insatisfação chegou a membros da cúpula palmeirense. Publicamente, o primeiro escalão alviverde vai ao menos tentar evitar esticar o assunto.

 Internamente, porém, a avaliação é de que o treinador incendiou ainda mais o Palmeiras num momento de crise. Nas palavras de um dos caciques do clube, o ataque de Felipão aos jogadores da base e a reivindicação de mais espaço para Galeano "não foram edificantes".

Scolari chegou até a ser alvo de comentários jocosos por reclamar que Patrick Vieira não sabe chutar com o pé direito. Os defensores do jogador afirmam ser natural, já que ele é canhoto (pessoalmente, entendo a cobrança por pontaria com os dois pés).

A afirmação de que não há bons atletas na base é respondida com outra queixa. O técnico estaria sendo precipitado nas suas análises quando puxa os garotos para treinarem no time de cima. Não levaria em conta o nervosismo de alguns por estarem treinando ao lado dos "cobras", o que justificaria erros em cruzamentos, passes e finalizações.

A versão de que Galeano precisa de mais espaço é contestada com o argumento de que o vice de futebol, Roberto Frizzo, bancou todas as apostas do ex-volante e do treinador na hora de contratar jogadores. E que a atuação do dirigente é necessária para adequar os valores pagos ao tamanho do bolso alviverde.

Enquanto Scolari se queixa de que a diretoria inflaciona os negócios pagando comissões a agentes, ele e Galeano são criticados por, supostamente, aceitar pagar de uma vez valores que precisam ser parcelados. A  reclamação vai na contramão de um dos principais argumentos dos defensores de Scolari. Segundo eles, o treinador reduziu as despesas com o elenco.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.