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Vereadores e SPFC vão à prefeitura por liberação do Morumbi; argumento é igual ao do Itaquerão

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17/08/2011 17h04

Os vereadores Marco Aurélio Cunha, conselheiro do São Paulo, e José Police Neto, presidente da Câmara Municipal, se reuniram hoje na prefeitura com Cláudio Lembo, secretário municipal de negócios jurídicos. Foram defender o Morumbi da recomendação feita pelo Ministério Público para que a prefeitura não autorize mais shows no estádio.

O encontro foi um aquecimento para a reunião marcada para horas depois entre Lembo e representantes do São Paulo sobre o mesmo tema. Os tricolores saíram de lá dizendo que a prefeitura demonstrou ser uma parceira na solução do problema.

Um dos argumentos usados pelos vereadores é o de que os shows são importantes para a cidade, pois atraem turistas e aumentam a arrecadação. Logo, seria interessante para a prefeitura ser compreensiva com a causa. Coincidentemente, a tese é semelhante à de que a abertura da Copa vai gerar receitas para a cidade, justificando a colaboração municipal com o estádio corintiano.

Cunha também argumenta que o Morumbi gera mais sossego para a vizinhança do que provoca barulho. "Durante 25 dias do mês,  não há eventos. Fica tudo calmo e ainda existem os seguranças do São Paulo por lá. Uma empresa geraria muito mais movimento e barulho o ano inteiro. É um descalabro dizer que o Morumbi provoca transtorno. O Ministéirio Público deveria colocar na balança os benefícios, que são bem maiores, e os efeitos colaterais provocados pelo estádio", declarou Cunha.

Outra justificativa é a de que a cidade tem poucas áreas para a realização de shows e seria prejudicada com o veto. "São Paulo não tem praia, e o paulistano não gosta só de shopping", afirmou o ex-superintendente de futebol do clube.

Também é usado na defesa o fato de o Morumbi receber shows desde os anos 80. Assim, novas leis não poderiam prejudicar uma vocação antiga da arena. "Estão criando leis que dificultam a sobrevivência dos clubes. Desse jeito, logo a cidade não poderá ter nem festa junina. Hoje, está acontecendo  com o São Paulo, mas depois será com a nova arena do Palmeiras, o futuro estádio do Corinthians… Não estou defendendo só o meu time. Quero defender o Paulistano, o Pinheiros, o Palmeiras", afirmou Cunha.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

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