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WTorre evita nome Palestra Itália e rebate críticas

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12/04/2011 07h00

Na última sexta, participei de uma apresentação sobre no novo estádio do Palmeiras feita por Rogério Dezembro, ex-diretor do clube e agora funcionário da WTorre. Ele conversou longamente com um grupo de jornalistas. Em seguida, foi nosso guia em uma visita  às obras.

Dezembro exibiu o mesmo material que apresenta a estrangeiros interessados no naming right. De cara, achei curioso o fato de o estádio ser batizado pela construtora de Nova Arena. Nada de Arena Palestra Itália, nome usado pela diretoria.

O ex-cartola mostrou dados para comparar o antigo estádio ao que será erguido. Confira alguns deles:

Púbico: A capacidade vai passar de 27 mil para 45 mil lugares.

Estacionamento:  Eram 218 vagas, serão 1.500.

Alimentação: Antes o estádio tinha seis lanchonetes, agora terá 25 e mais três restaurantes. Uma rede de lanchonetes já negocia com a WTorre.

Segundo Dezembro, além de 30 jogos por ano, a arena também receberá, em média, um show por mês. Terá ainda espetáculos num espaço menor, com capacidade para 15 mil pessoas.

A conversa esquentou quando o ex-dirigente começou a rebater as críticas de conselheiros ligados à atual diretoria. O ex-presidente Mustafá Contursi, por exemplo, diz que o clube receberá daqui a 30 anos um estádio antigo, defasado. "Não vamos entregar detonado, porque se estiver detonado, porco como era na época dele, quando o estádio era chamado de boate e não tinha nem lâmpada, não vou conseguir vender nada", disse Dezembro.

Ele também rebateu as reclamações de que o clube arrecadará pouco em relação à parte que caberá à WTorre. "Só de ingressos referentes aos camarotes, o Palmeiras terá 14 mil bilhetes garantidos por jogo. É como se tivesse uma média de público garantida nos próximos 30 anos de ao menos 14 mil pessoas. Isso dá uns R$ 420 mil por partida. São R$ 12,6 milhões por ano durante 30 anos. Durante todo o período do contrato, o clube vai arrecadar mais de US$ 1,1 bilhão, se contarmos também todas as outras receitas envolvidas."

Obras

Na visita às obras, o que se pode ver é muito trabalho no que era a parte social e praticamente nenhum na área do estádio, com um trecho arquibancadas demolidas. A explicação da construtora é a de que, pelo contrato, os prédios do clube precisam ficar prontos antes da arena.

São 200 funcionários trabalhando por dia. Parte deles ficou surpresa ao demolir um pedaço da arquibancada e descobrir que por baixo dela havia outra, mais antiga. Pela avaliação da equipe da construtora, por causa disso, o estádio antigo estaria condenado num prazo de dez anos. Um motivo a mais para a WTorre defender o novo projeto.

No final da visita, fiquei com a sensação de que o ritmo das obras na área social é intenso, mas que mesmo assim a luta contra o relógio será árdua. Falta muito ainda para o trabalho chegar efetivamente ao estádio

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.