Marketing do Santos ainda não conseguiu grana para Neymar
Perrone
22/09/2010 12h34
Enquanto a briga entre Dorival Júnior e Neymar se arrastava, as negociações que o Santos mantinha com empresas interessadas em associar sua imagem ao jogador pararam. Os cartolas preferiram primeiro cuidar da crise. Esse é um dos motivos para nenhum contrato ter sido fechado às vésperas do primeiro pagamento do atleta após seu novo acordo.
O Santos ficou de dar a Neymar R$ 125 mil mensais referentes a futuros contratos de marketing. Se a situação não mudar nos próximos dias, terá de tirar dinheiro de outro lugar para honrar o compromisso com o jogador. Os cartolas afirmam que isso não será problema, mas não escondem que a crise não fez bem aos negócios.
A diretoria tinha pressa de ver Neymar voltar a jogar por acreditar que uma bela atuação bastaria para apagar os problemas e acelerar as negociações. Os contatos do Santos com patrocinadores ajudam a explicar parte da irritação da diretoria com Dorival. Enquanto o Santos tentava vender a imagem de um craque com enorme potencial publicitário, principalmente diante do público infantil, o treinador a cada dia esticava o caso de indisciplina. Assim, o menino prodígio que a diretoria tentava vender cada vez mais se transformava em bad boy. Se bem que Neymar já começou a construir esse perfil de indisciplinado antes de trombar com Dorival.
Em meio ao conflito, o Santos tentou proteger seu patrimônio dizendo aos possíveis patrocinadores que o jogador que desrespeitou o técnico não era o verdadeiro Neymar. A confusão também surpreendeu a Panasonic, que lançou uma campanha com o atacante justamente durante a crise.
A diretoria diz que o caso não prejudicará as negociações, pois conversa com empresas interessadas em contratos longos, de três anos. E que não estão preocupadas com questões momentâneas.
Mas hoje a situação é semelhante à de Robinho em seu primeiro mês na volta ao Santos. Os acordos publicitários demoraram para serem assinados e o clube teve de tirar do bolso cerca de R$ 1 milhão.
Sobre o Autor
Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.
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