"Twitter de Neymar será uma mentira", diz pai
Perrone
13/09/2010 13h29
Neymar pai teve um conversa nesta segunda com o filho e pediu para que ele não escreva mais em seu twitter. Esta é só uma das mudanças que ele quer na postura do filho a partir de agora. O atacante também foi orientado a evitar entrevistas exclusivas, só falar em coletivas marcadas pelo Santos ou por patrocinadores e adotar sempre um discurso politicamente correto.
A mudança de comportamento é motivada pelas últimas confusões envolvendo o atacante santista: a briga após o jogo com o Ceará e a troca de farpas com seu ex-assessor de imprensa, Diogo Kotscho, pelo twitter.
Segundo o pai do jogador, um assessor vai assumir o twitter dele e só escrever mensagens água com açúcar, como já fazem outros atletas. "Conversei com ele hoje e disse: 'você não pode ter twitter. Toda pessoa pode, mas você não. Use só para falar com seus amigos, discretamente (com outro nome)'. Agora ele não vai falar mais o que pensa. Outra pessoa vai escrever por ele, vai ter um discurso direcionado como os outros. O twitter dele vai ser uma mentira, como na maioria dos casos. É isso que as pessoas querem ouvir: mentiras", desabafou seu Neymar em conversa com o blog, por telefone.
Ele disse que o filho terá de perder o hábito de responder a tudo. "Agora ele vai ficar calado. Vai ser um cara chato e será chamado de mascarado", afirmou.
Sobre a confusão na partida em Fortaleza, o pai do santista declarou que, quase no fim do jogo, João Marcos chamou seu filho de moleque e falou que não adiantava ele vir com firulinhas porque tinha perdido o jogo do mesmo jeito. "Quando terminou a partida ele foi lá e respondeu: 'Não sou moleque, não'. Tudo normal no futebol, mas com o Neymar tudo ganha essa proporção. Falam que nós protegemos ele, mentira"
Seu Neymar também reclamou de um rodízio defensores para fazerem faltas em seu filho. Apesar das confusões, ele garante que o atacante não se arrependeu de ter recusado a oferta do Chelsea. "Na Europa seria mais fácil porque a marcação é por zona, não individual, mas ele acertou ao ficar no Brasil", declarou. Segundo ele, o que não vai mudar no futebol do santistas é a irreverência com a bola nos pés.
Sobre o Autor
Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.
Sobre o Blog
Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.