Até Fifa embala campanha de Juvenal Juvêncio
Perrone
19/01/2011 19h25
Juvenal Juvêncio ainda não oficializou a sua candidatura à reeleição no São Paulo, aproveitando um brecha estatutária. A atitude será contestada na Justiça pela oposição, mas o atual presidente já está em ritmo de campanha.
Nesta quarta, levou um grupo de mais de dez conselheiros para visitar o CT de Cotia, onde treinam os atletas das categorias de base. Enquanto mostrava os nove campos e o prédio em que ficam hospedados os jogadores, Juvenal foi vendendo seu peixe.
Ele afirmou aos convidados que o local já chamou a atenção da Fifa. E que a entidade sondou o São Paulo para que o CT de Cotia receba uma das seleções na Copa de 2014. Informação curiosa, pois Juvenal vive em pé de guerra com a Fifa por causa da exclusão do Mundial.
Vale esclarecer que a federação internacional seleciona mais locais do que o número de seleções para casos emergenciais. E não é ela quem escolhe o quartel general de cada país. Apenas apresenta os locais credenciados.
Juvenal também disse aos conselheiros que não precisou mexer no dinheiro do clube para investir no centro de treinamento. Usou R$ 14 milhões obtidos com a Lei de Incentivo ao Esporte, que permite o repasse de parte do Imposto de Renda devido por empresas e pessoas físicas para um determinado projeto. E completou anunciando que vai conseguir mais R$ 8 milhões da mesma forma para custear a manutenção dos CTs de Cotia e da Barra Funda. A Caixa Econômica Federal seria a parceira na empreitada.
O discurso de candidato já foi colocado em prática. Falta Juvenal se manifestar publicamente (no encontro desta quarta ele não falou sobre sua candidatura). Quando isso acontecer, ele dará a senha para uma parcela de seus aliados que discorda da tentativa de reeleiçãose afastar dele.
A movimentação da oposição ainda é pequena. Nesta quarta, o opositor Edson Lapolla começou a enviar aos colegas uma carta em que diz que o São Paulo é realmente um clube diferente, pois hoje não tem oposição e nem situação, há apenas Juvenal. Isso porque existe o risco de os opositores não lançarem candidato. E parte dos integrantes da situação diz não haver ninguém em suas fileiras em condições de substituir o presidente.
Sobre o Autor
Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.
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