Quase rebelde, Palmeiras exige mesma cota de TV que o Corinthians
Perrone
26/02/2011 11h48
O Palmeiras deve seguir o caminho dos quatro grandes do Rio. Está perto de abandonar a negociação do Clube dos 13 com as TVs, mas sem se desfiliar. Até segunda, provavelmente, não agirá. Se nenhum fato novo ocorrer, divulgará em seu site que vai aderir à negociação independente, como os outros rebeldes.
A decisão deve ser justificada pelo fato de o clube ter ficado de lado na negociação com a TV e em outros assuntos. Os palmeirenses se sentem escanteados no C13.
Arnaldo Tirone, contudo, não quer correr o risco de tomar uma decisão e depois voltar atrás. Planeja ser mais cauteloso e discreto do que Andrés Sanchez. O presidente palmeirense também está atento aos movimentos do santista Luis Álvaro. A expectativa é a de que ele também deixe as negociações. Seria a senha para Corinthians, Palmeiras e Santos negociarem com as TVs em bloco, como farão os times do Rio.
Não seria uma negociação fácil. O Palmeiras baterá o pé para receber o mesmo valor oferecido ao Timão. Se ficasse no C13, o alviverde estaria no grupo que recebe a maior cota. Acha justo manter esse direito. Será que o Corinthians aceita?
Andrés espera receber cerca de R$ 70 milhões anuais pelos direitos de transmissão do Brasileiro entre 2012 e 2014. No Palmeiras, há uma avaliação de que é possível o clube arrancar R$ 50 milhões da Globo. Mas a cúpula alviverde promete rechaçar esse valor, se o alvinegro receber mais.
No C13, Corinthians e Palmeiras ganhariam por volta de R$ 42 milhões, referentes a um contrato de aproximadamente R$ 500 milhões. Como no Rio o Flamengo também quer R$ 70 milhões, a Globo gastaria R$ 210 milhões para atender aos desejos dos três clubes. Quase a metade do valor que pagaria para transmitir jogos de 20 times. Não valeria a pena.
Sobre o Autor
Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.
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