Auditoria contratada por Belluzzo aponta falhas no balanço da gestão do ex-presidente palmeirense
Perrone
29/04/2011 17h22
O Palmeiras publicou nesta sexta no site da Federação Paulista e em sua página o balanço de 2010. O clube separou o balanço em dois. Um apresentado pela antiga diretoria, com data de 31 de dezembro do ano passado, e outro de 1º de janeiro de 2011.
O parecer da auditoria independente, a Grandt Thorton, contratada durante a gestão de Luiz Gonzaga Belluzzo, aponta que o balanço da antiga administração apresentou um déficit com pelo menos R$ 71, 7 milhões a menos do que o valor considerado real pela auditoria. O parecer diz que o documento está em desacordo com as práticas contábeis. Isso é um troféu para a atual diretoria, que reprovou as contas de Belluzzo.
Nesses R$ 71,7 milhões estão R$ 40 milhões referentes à redução no patrimônio do clube com a demolição de seu estádio. Esse valor será recuperado com a nova arena. Aumentam o déficit R$ 23 milhões relativos a direitos de TV do Paulista e ao contrato com a Adidas que a auditoria considerou antecipações e a antiga diretoria não. No entender da empresa, essa receita deveria ser espalhada através dos anos de contrato. Há ainda R$ 2,5 milhões de juros referentes à dívidas, como direitos de imagem de Valdívia, que não teriam sido contabilizados, entre outras falhas.
A nova diretoria ajustou o balanço aumentando o déficit de R$ 25 milhões para R$ 110 milhões, computados aí os R$ 40 milhões do estádio. "O parecer da auditoria contratada pela administração anterior mostra a lisura técnica do balanço que produzimos. Estamos abertos ao debate, mas nada vai mudar o fato de que o déficit foi de R$ 110 milhões. Com os R$ 41 milhões de déficit em 2009, temos um biênio desastroso", afirmou Piraci Oliveira, conselheiro palmeirense que participou da confecção do novo balanço.
O blog telefonou para Belluzzo, mas ele não atendeu.
Sobre o Autor
Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.
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