Ministério Público paulista apura se PM falhou em briga de torcidas
Perrone
05/05/2011 12h14
O Ministério Público de São Paulo enviou um questionamento à Polícia Militar sobre uma briga entre palmeirenses e corintianos no domingo, antes do clássico pelas semifinais do Paulista.
O MP recebeu uma queixa da torcida organizada Camisa 12. Ela acusou a polícia de abandonar seus ônibus no momento em que eles foram atacados pelos rivais. A confusão aconteceu na Rua Henrique Schaumann.
Ao blog, o promotor Paulo Castilho disse que esse foi o único incidente no clássico. Afirmou que ele só aconteceu porque três ônibus da organizada, escoltados pela PM, passaram pela rota destinada aos palmeirenses.
O capitão Luiz Gonzaga de Oliveira, do Segundo Batalhão de Choque, negou ter havido erro da polícia na ação. "Temos a ata da reunião que mostra que ali não era rota destinada à Mancha Verde. Eles se esconderam no cemitério e no Habib´s da região para fazer uma emboscada", afirmou.
Ele também rebateu a acusação de que a polícia teria abandonado os corintianos na hora da briga. "A escolta só levou um tempo para tomar pé da situação e controlá-la. Se tivéssemos abandonado os corintianos, não teríamos prendido 40 palmeirenses. Eles foram indiciados e a Mancha pode até sofrer um processo de extinção", disse o capitão.
O ataque foi feito por pelo menos 120 palmeirenses, segundo a PM. A escolta da Camisa 12 tinha nove policiais. Eram cinco motos e um carro. Parece pouco para tantos torcedores. "É o número suficiente, padrão. Ainda mais se levarmos em conta que nove homens usaram uma quantidade de munição (não letal) que costuma ser usada por 21 policiais", disse o capitão.
A PM espera menos dificuldade no primeiro jogo da final entre Corinthians e Santos. Alega que o clima não é tão tenso entre as duas torcidas.
Episódios como o de domingo passado alimentam a tese do MP de que os clássicos devem ter a presença de uma só torcida. A PM não emitiu uma posição oficial sobre o assunto. Mas há na corporação uma corrente que acredita que nada mudaria. Os torcedores continuariam tentando promover emboscadas.
Sobre o Autor
Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.
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