Afinidade de diretoria com Mancha faz Felipão crer em vaia encomendada
Perrone
19/09/2011 07h00
Felipão falou em protesto orquestrado da Mancha Verde em Florianópolis por enxergar proximidade da diretoria com a torcida. Especialmente em relação ao vice-presidente de futebol, Roberto Frizzo. O treinador não se dá com o dirigente.
Felipão não esquece que o cartola encaminhou um estudo para o departamento financeiro visando ceder ingressos gratuitos para as organizadas do clube. Elas venderiam os bilhetes e usariam a receita para bancar suas viagens. Para Frizzo, se o Palmeiras oferecer os ingressos, as uniformizadas deixam de pedir ajuda pessoalmente a cartolas. Assim, segundo ele, ficam mais independentes.
Coincidentemente, após o projeto do vice ser apresentado, a torcida passou a pressionar sistematicamente o treinador, que ficou com a pulga atrás da orelha. Frizzo nega envolvimento.
Além disso, a comissão técnica foi informada sobre dois supostos encontros de Bruno Frizzo, diretor de marketing e filho do vice, com integrantes da Mancha às vésperas do jogo com o Avaí. Bruno, que diz ter sido sócio da organizada quando garoto, nega as reuniões. "Jamais me reuniria com eles, pois sei que poderiam usar isso contra meu pai", afirmou o dirigente.
No Palestra Itália, a aproximação da torcida em relação à diretoria é vista como uma maneira de a Mancha tentar anular o banimento nos estádios paulistas imposto pela federação. Os cartolas se relacionam bem com a entidade. Marquinho Del Nero, filho do presidente da FPF, é diretor de marketing do clube, ao lado de Bruno.
Felipão deve se reunir com o presidente Arnaldo Tirone para discutir assunto. O dirigente também é cobrado por conselheiros irritados com constantes estocadas do treinador contra a diretoria.
Sobre o Autor
Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.
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