Presidente do Palmeiras busca parceiro na Europa e não sabe se Felipão fica em 2012
Perrone
10/11/2011 15h03
Entrevista com Arnaldo Tirone, presidente do Palmeiras, que está na Europa e deve retornar nesta sexta ao Brasil.
O senhor é criticado por viajar de novo num momento de crise…
Não vou ficar o tempo inteiro na cadeira dando ordens ou na minha casa, num sofá maravilhoso, assistindo a comédias. Montei uma equipe competente, com profissionais em suas áreas, mas que não recebem do clube porque são conselheiros. Eles sabem trabalhar.
E não viajei a passeio. Vim para a Europa conversar com uma empresa que tem interesse em fazer negócio com o Palmeiras. Não vou dizer onde estou e nem o que é porque não está fechado. E no Palmeiras falam demais. Conheci o Kia Joorabchian, por acaso, num jogo da seleção, e já disseram que andei no carro dele, que temos negócios. O Kia só negocia com o Corinthians.
Enquanto o senhor viaja, Felipão reclama que está difícil trabalhar. Os homens de confiança dele, como o Galeano, não são prestigiados, enquanto os que não se dão bem com ele, como o vice de futebol, Roberto Frizzo, estão com moral.
Eu não viajei para forçar uma situação em que o Felipão fosse demitido. Apoio o Galeano, ele não pisou no tomate até agora. E não acredito que o Frizzo queira demitir o Felipão. Ele não é um técnico que eu vá mudar porque disse algo que eu não gosto, por exemplo.
Mas não é difícil manter um técnico sem vitórias?
É só o time ganhar uma que isso passa. Não significa que não possamos mudar no ano que vem. Até o Felipão pode querer sair, aí tenho que trocar. Acho que ele mesmo vai saber quando chegar o momento de sair. E nós também. Esse momento não chegou, ele ainda tem condições de trabalho, tem o controle do grupo.
Quais os motivos para a equipe estar tão mal?
A camisa do Palmeiras pesa, e para alguns jogadores pesa mais ainda. Temos cinco atletas mais experientes: Marcos, Marcos Assunção, Kléber, Valdivia e Henrique. Eles precisavam jogar mais juntos. Isso atrapalhou. E a equipe está abatida com as derrotas. Pensando em termos de montagem de time, precisamos de um banco de reservas mais forte. Começamos o campeonato ganhando, resolvi não mexer. De repente veio a queda de rendimento, essa crise com o Kléber, aí já não dava para contratar.
Está preocupado com o risco de rebaixamento?
Estou muito preocupado com o futebol do Palmeiras. Precisamos voltar a ganhar. Estou otimista em relação a não sermos rebaixados. É impossível não vencermos um só jogo até o fim do Brasileiro. Mas estou apreensivo.
Como está a situação do Kléber?
Frizzo é quem está tocando. Mas uma coisa é clara: não posso liberar o Kléber sem o dinheiro para fazer a reposição.
Sobre o Autor
Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.
Sobre o Blog
Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.