Globo dificulta antecipação de cotas e deixa clubes com menos dinheiro para contratações
Perrone
31/12/2011 06h00
A Globo mudou sua política de antecipação de cotas do contrato do Brasileirão. A alteração deixou alguns dos principais clubes brasileiros com menos fôlego financeiro ainda. Os dirigentes foram avisados de que a emissora estipulou um teto de R$ 100 milhões por ano em antecipações. E que essa cota referente a 2012 já foi atingida.
O que interessa é o valor da soma dos pedidos. Assim, mesmo que um clube não tenha feito antecipações, sua solicitação será negada, pois a grana disponível já foi usada. Além disso, avanços no contrato de 2013 não estão autorizados.
Um dos atingidos pela nova medida é o Palmeiras, que recentemente consultou a Globo sobre antecipação e ouviu um não.
Antes, os times usavam o Clube dos 13 para conseguir empréstimos bancários. Davam como garantia as cotas de TV. O banco antecipava os valores das parcelas e o C13 repassava diretamente a eles o dinheiro. Com a entidade fora do acordo com a emissora, a Globo colocou no contrato que o pagamento tem que ser feito diretamente aos clubes, a menos que ela autorize por escrito. O problema é que a autorização esbarra no teto de R$ 100 milhões, que não está determinado no contrato. É uma ordem da cúpula da emissora.
O novo procedimento é um dos obstáculos que os cartolas enfrentaram para pagar em dia o décimo terceiro salário dos jogadores. A contratação de reforços também foi prejudicada.
Sobre o Autor
Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.
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Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.