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Relação entre clubes e organizadas tem de distribuição de ingressos à dívida esquecida

Perrone

28/03/2012 06h00

O aumento da violência entre as torcidas organizadas do ano passado para cá foi insuficiente para Corinthians, Palmeiras e Santos cortarem regalias dadas a elas. Só agora, por recomendação da polícia, como mostra reportagem assinada por Carlos Padeiro no UOL Esporte, algumas práticas devem mudar.

No Corinthians, o mais comum dos benefícios é justamente a entrega de ingressos para as organizadas venderem em suas sedes aos associados, costume agora condenado pela polícia, como revela o colega Padeiro.

As uniformizadas recebem os ingressos e só precisam pagar depois de vender os bilhetes para seus membros.

Em concorridas partidas do time como visitante, só as uniformizadas têm os bilhetes. É comum ver cambistas vendendo bilhetes reservados para elas, fato que ocorre também com palmeirenses e santistas.

Apesar de o Corinthians negar dar ajuda financeira às uniformizadas, há uma antiga discussão entre oposição e situação por causa de uma dívida de R$ 65 mil da Gaviões com o clube. O débito foi feito enquanto o presidente era Alberto Dualib, que diz nunca ter recebido o dinheiro.

Após Andrés Sanchez assumir a presidência, a dívida, referente à venda de ingressos, desapareceu da contabilidade corintiana. Porém, nenhum documento de quitação foi apresentado.

Os corintianos também foram mais de uma vez a delegacias ajudar torcedores em apuros após ou até mesmo antes de jogos do time. Foi assim quando um deles agrediu os jogadores depois da queda para a Série B, dentro do ônibus da equipe, em Porto Alegre.

Já o Santos colabora cedendo ingressos de graça para as organizadas. O clube continuou presenteando Torcida Jovem e Sangue Jovem, mesmo depois de seus componentes saírem no braço no Pacaembu, no ano passado.

Pouco depois de assumir a presidência santista, Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro disse aos torcedores que daria as entradas desde que eles se comprometessem a não brigar com os adversários. O dirigente afirma que o caso no Pacaembu foi um desentendimento isolado, provocado por "cabeça quente", por isso não suspendeu a ajuda.

No Palmeiras, em 2011, Roberto Frizzo, vice de futebol, pediu para o departamento financeiro do clube estudar um fórmula para ajudar as organizadas com a distribuição gratuita de ingressos.

O dirigente pretendia que elas economizassem dinheiro para bancar as despesas das caravanas nos jogos fora de casa. A diretoria diz que a proposta foi engavetada. Na ocasião, a Mancha Alviverde já hostilizava cartolas e jogadores.

Acabar com a ligação umbilical não deve ser simples nos três casos. As organizadas já têm representantes nos Conselhos Deliberativos dos clubes. Além da tradicional pressão nas arquibancadas, podem fazer barulho internamente.

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Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.


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