Clubes ameaçam boicotar seleções de base para evitar “roubos”
Perrone
25/04/2012 16h53
De carona no caso Oscar, a CBF ouviu nesta quarta a ameaça de clubes de não mais liberarem jogadores para as seleções brasileiras das categorias até 16 anos. O argumento é o de que empresários fisgam os atletas depois de observá-los no time nacional e conseguem tirá-los de graça de suas equipes.
Os cartolas cobraram que a confederação brigue por mudanças na legislação que ajudem os times a segurar os atletas mais novos. O protesto foi feito durante a abertura do Seminário Nacional de Categorias de Base, na Granja Comary. Andrés Sanchez, diretor de seleções da CBF, Mano Menezes e Ney Franco, técnico das categorias de base, estavam presentes.
Times do Nordeste estão entre os mais envolvidos com a causa.
Também chamou atenção o depoimento de René Simões, responsável pelas categorias de base do São Paulo, que foi à Justiça para tentar recuperar Oscar. O jogador abandonou o Morumbi de graça, alegando um atraso em pagamento de R$ 6 mil. Simões afirmou que o futebol brasileiro nas categorias de base está na UTI.
Os participantes do evento devem assinar um documento com sugestões para que o Governo Federal ajude os clubes formadores a não perderem seus atletas tão facilmente. Já seria um grande passo se as equipes se respeitassem e deixassem de dar ouvidos a empresários que aparecem com atletas tirados na marra de rivais.
Sobre o Autor
Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.
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Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.