São Paulo vê incoerência de Oscar por rejeitar pagamento
Perrone
25/04/2012 06h00
Oscar foi incoerente ao afirmar que o São Paulo agiu de má fé por decidir depositar na conta do jogador salário igual ao pago pelo Internacional. Essa é a opinião do estafe de Juvenal Juvêncio, presidente são-paulino e que recebeu carta do atleta.
O argumento é de que Oscar contradiz a alegação feita na Justiça sobre ter prejuízo financeiro se voltasse ao Morumbi. Isso porque ganharia R$ 16 mil, valor de seu antigo contrato e menos do que os cerca de R$ 40 mil pagos pelo Colorado. Na carta, ele repudia o aumento, abandona a tese do prejuízo em caso de retorno e afirma que o Tricolor oferece o reajuste de maneira ilegal para aumentar o valor da multa rescisória.
Os são-paulinos se defendem alegando que decidiram fazer o pagamento e elevar a quantia justamente para evitar o prejuízo alegado por Oscar na Justiça. Também fazem questão de lembrar que, na ação em que pediu o desligamento do clube, o jogador alegou quebra de confiança por causa do não pagamento de R$ 6 mil.
Para minimizar o impacto da mensagem remetida por Oscar, os tricolores afirmam se tratar apenas de uma peça midiática, que não terá efeitos práticos na Justiça. O blog telefonou para André Ribeiro, advogado do jogador, mas ele não atendeu.
O último movimento do atleta deixou ainda mais clara a diferença nas estratégias adotadas pelos dois lados. Os são-paulinos querem demonstrar que ainda há clima para que ele volte ao Morumbi, por isso evitam ataques diretos ao atleta. Preferem mirar seu empresário, Giuliano Bertolucci, e o Inter.
Já Oscar quer escancarar que não se sentiria à vontade no Morumbi, trabalhando com dirigentes que não têm a sua confiança e sob um clima considerado hostil por ele.
Sobre o Autor
Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.
Sobre o Blog
Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.