Corinthians, Palmeiras e SPFC perdem controle sobre Douglas, Valdivia e Luis Fabiano
Perrone
18/06/2012 11h18
Diretorias e comissões técnicas de Corinthians, Palmeiras e São Paulo não sabem mais o que fazer para enquadrar Douglas, Valdivia e Luis Fabiano. Contratados de volta para fazerem a diferença, os três viraram motivo de eterna dor de cabeça para seus clubes.
O bolso dos dirigentes também está doendo. O trio ganha salário top em seus times. Juntos custam pelo menos R$ 900 mil mensais.
No Parque São Jorge, membros da comissão técnica reclamam internamente da dificuldade de Douglas em entrar em forma. Acima do peso durante a maior parte de sua estada no clube, ele não consegue nem liderar o time reserva, afundando no Brasileirão. E ele foi contratado para ser o maestro da equipe na Libertadores.
No Palestra Itália, Valdivia voltou a ser visto com desconfiança pelos cartolas após alegar dores no joelho e ficar fora da partida de domingo contra o Vasco. Isso depois de discutir sua saída do clube por causa do sequestro-relâmpago sofrido.
Reprodução SBT
Longe dos microfones, dirigentes afirmam que o chileno revelou-se um atleta descompromissado com a equipe. Há quem defenda a tese de que o Palmeiras joga melhor sem ele e reze pora uma boa proposta do exterior chegar rapidamente.
Os palmeirenses já jogaram a toalha, mas não podem se desfazer do chileno sem recuperar parte do dinheiro que ainda vão gastar por conta de sua contratação. Ao mesmo tempo, cartolas desdenham da alegação do jogador sobre não conseguir morar no Brasil sem sua família, assustada com o sequestro. Lembram que ele já passou períodos sozinho em São Paulo sem reclamar. Nesse cenário, sua saída parece ser questão de tempo.
Já a cúpula são-paulina acreditava ter enquadrado Luis Fabiano com uma conversa dura após o terceiro cartão amarelo recebido pelo jogador em três jogos no Brasileiro. Estava certa de que o problema não se repetiria.
Leandro Moraes/UOL
Porém, viu seu esforço ir por água abaixo com o novo amarelo e um vermelho de brinde recebidos pelo atacante na vitória, com gol dele, sobre o Atlético-MG. Difícil decidir o que fazer num momento em que a diretoria acreditava já ter feito de tudo para colocá-lo nos trilhos.
Na comparação com os rivais, porém, a situação dos tricolores é menos incômoda. Apesar de ter sofrido com contusões, como Valdivia, e da interminável série de cartões, Luís Fabiano ainda dá um retorno técnico que o Palmeiras não tem com o chileno. E que nem o time B corintiano consegue obter com Douglas.
Sobre o Autor
Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.
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