Diretor de futebol do São Paulo vira alvo em crise, mas ganha defesa de Juvenal
Perrone
24/06/2012 12h19
A crise instalada no São Paulo desde a eliminação na Copa do Brasil acertou em cheio o diretor de futebol Adalberto Baptista. Gente da própria diretoria ataca o dirigente.
Os críticos lembram que desde que ele assumiu o cargo no ano passado o São Paulo não conquistou títulos. Pelo contrário, acumulou eliminanções na Copa do Brasil, no Paulista e não conseguiu voltar à Libertadores.
Quem ataca Adalberto prefere não falar publicamente. Mas internamente, nos corredores do Morumbi, o fogo amigo é declarado. O diretor também é bombardeado por não saber se impor diante das vontades de Juvenal Juvêncio (verdade seja dita, ninguém da diretoria enfrenta o presidente).
Também virou vidraça por não ter experiência na direção do futebol e por supostamente administrar mal crises, como a provocada por seguidos cartões de Luís Fabiano. Adalberto e o vice de futebol, João Paulo de Jesus Lopes, são criticados por não terem tirado na marra a braçadeira de capitão do atacante.
"Você pergunta sobre mim para os outros depois de uma derrota, só pode ouvir críticas", disse Adalberto ao blog. "E quem critica já não é mais tão da situação assim", emendou. "Não ganhamos títulos porque existem outros times qualificados também. Contratamos bem, trouxemos jogadores que todos os clubes queriam, como o Osvaldo. E o Cortez, quem não queria essa contratação? Tem o Cícero, o Rodholfo, o Denílson… Além disso, tenho uma relação de muito diálogo com o Juvenal", defende-se o diretor de futebol.
E o presidente tricolor não coloca seu pupilo na frigideira. "Ele está apanhando? Talvez seja bom ele enfrentar isso como experiência. Mas acontece que o Adalberto é absurdamente competente. Ele não tinha ocupado cargo no futebol, foi lá e trouxe o Luis Fabiano, num grande trabalho. Gosto muito dele" afirmou Juvenal ao blog. Está dado o recado presidencial: nem vem que não tem, no diretor de futebol ninguém mexe.
Sobre o Autor
Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.
Sobre o Blog
Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.