Falta de blindagem da seleção vira armadilha para Mano Menezes
Perrone
20/07/2012 11h04
Na primeira competição da seleção brasileira após a saída de Ricardo Teixeira, o time nacional revive problemas que afetaram seu desempenho em 2006. A equipe que foi para a Copa da Alemanha sofreu com a falta de blindagem desde o início da preparação. E o mesmo mal afeta a seleção olímpica agora.
O fracasso na Alemanha culminou com a demissão de Carlos Alberto Parreira. Em Londres, se tudo der errado, Mano Menezes deve cair.
Como Parreira, Mano começou a ter o trabalho minado pela falta de proteção a seus jogadores logo depois de eles se juntarem. Alegando falta de espaço na Granja Comary, a CBF levou os atletas para um hotel, onde é impossível controlar a entrada.
Titetes, imprensa e até o técnico André Villas-Boas, do Totteham, interessado em Hulk, deram as caras no QG da seleção. Em Londres, Oscar desembarcou direto no Chelsea, onde fez exames médicos, reforçando a vocação de balcão de negócios da equipe nacional.
O burburinho em volta dos jogadores deve ganhar uma nova edição com a chegada da comitiva de presidentes de federações montada pela CBF para ocupar cerca de 20 quartos disponíveis no hotel fechado para a equipe olímpica.
Como disse o capitão da seleção, Thiago Silva, assuntos externos atrapalham. Mas Mano não reclamou.
Se o ouro não for conquistado, José Maria Marin terá como justificativa estar ausente na chegada da seleção a Londres, no auge do assédio europeu aos atletas. Ele já declarou ser contrário empresários por perto dos jogadores. Disse também que quebra de hierarquia é motivo para demissões.
Claro que Marin é sabedor dos problemas e tem poder para controlar a situação. Teixeira também tinha em 2006, mas deixou o barco correr. Pior para Mano, que não gritou agora e ficará sem graça de gritar quando lhe apresentarem a conta.
Sobre o Autor
Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.
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