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Candidato de oposição à presidência do Fla nega participação de Eike Batista em campanha

Perrone

31/08/2012 12h53

Entrevista com Wallim Vasconcellos, ex-diretor do BNDES e um dos candidatos de oposição à presidência do Flamengo em dezembro.

Qual o maior problema do Flamengo e qual a solução para ele?

O problema é de gestão. Não podemos ter gestores que têm outras atividades e que chegam no fim do dia ao clube. Precisamos de uma gestão comprometida. A solução é trabalhar como numa empresa. Criar algo semelhante ao Conselho de Administração de uma empresa. O presidente e o vice vão escolher profissionais para cada área. E precisamos de transparência. Todo mundo precisa ver o balanço. Temos que saber de onde vem o dinheiro e para onde ele vai.

O Zico apoia sua candidatura. Ele pode ser o profissional do futebol, de novo? Pode ser o treinador?

O projeto do Zico atualmente é levar o Iraque à Copa de 2014. E estaremos à disposição para ajudar a seleção dele. Podemos abrigar os treinos do Iraque. Já pensou a torcida Fla-Iraque na Copa? No Maracanã, contra a Argentina?

Um dos trunfos da sua candidatura é o apoio de executivos de renomadas empresas. Eles vão investir no clube, caso o senhor seja eleito?

Não. Eles estão aqui como torcedores do Flamengo, vão emprestar o nome deles, não vão colocar dinheiro. Se você for negociar com um banco, ele vai ver os nomes que estão por trás do Flamengo. Isso vai dar muito mais credibilidade, vai dar a segurança de que o combinado será cumprido, algo difícil hoje no futebol brasileiro.

O grupo que está no poder no clube diz que o Eike Batista (botafoguense e dono de uma das maiores fortunas do mundo) participa de sua campanha apenas porque tem interesse em administrar o Maracanã.

Isso não é verdade. Ele não participa da campanha. Quem está com a gente é o Flavio Godinho, que trabalha com ele. Não vai acontecer, mas se alguém chegar e pedir um jeitinho pra alguma coisa, vai ouvir um não. Nada será decidido por uma pessoa só, então não tem como dar jeitinho.

Qual política de contratações considera ideal?

O futebol brasileiro precisa de ídolos. Então você precisa de grandes jogadores, é minha opinião. Você precisa de um Ronaldinho, de um Adriano. Mas isso só se eles estiverem em forma, estiverem comprometidos. Agora, o exemplo vem de cima. Se a diretoria não estiver comprometida, o jogador também não vai estar.  E ídolo sem comprometimento vira um problema. Meu filho era fã do Bruno. Quando ele foi preso (acusado de envolvimento no sequestro e assassinato de Eliza Samudio) foi difícil explicar para ele o que estava acontecendo. Tive que dizer que o Bruno era acusado de fazer uma coisa ruim e que ele não poderia mais usar a camisa do Bruno.

A atual diretoria culpa as gestões anteriores pela atual dívida do clube. Culpa ex-dirigentes como Márcio Braga e Kléber Leite, que apoiam sua candidatura.

Claro que é a situação de hoje é resultado de um processo longo. O Márcio e o Kléber analisaram nosso projeto e avaliaram que é o melhor. Mas eles não pediram algo em troca. Até porque prefiro perder a eleição a fazer composições.

Qual o melhor técnico brasileiro hoje?

Admiro Dorival Júnior, Muricy Ramalho e Abel Braga.

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Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.


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