Futebol comum de Neymar em final preocupa mais do que futuro de treinador
Perrone
11/08/2012 12h51
Desde que assumiu a CBF, José Maria Marin foi aconselhado por seus colaboradores a se livrar de Mano Menezes com mais rapidez do que os mexicanos ao abrirem o placar na final olímpica. No entanto, ouviu sugestões para esperar um momento de revolta popular para anunciar a demissão.
E o momento chegou. A perda do ouro olímpico é a bala de prata para a CBF eliminar Mano. Porém, Marin está numa saia justa. Elogiou a seleção e seu treinador durante toda a campanha nos Jogos Olímpicos. Vai ficar feio se demitir Mano agora para trazer Muricy Ramalho ou Felipão. São os dois nomes estudados.
Definir quem vai ser o treinador do time nacional em 2014 não é o maior motivo de preocupação que a derrota em Londres deixa para os comandantes do futebol brasileiro. Se não estão, eles deveriam estar mais preocupados com Neymar.
O craque foi um gigante até as semifinais. Na final, acordou no segundo tempo, mas não foi letal. Foi tão comum a ponto de isolar a bola aos 13 minutos do segundo tempo como qualquer outro faria.
Não se pode jogar nele a culpa pela derrota. Mas o que se espera de um atleta de seu nível é que desequilibre quando o time não vai bem. E ele não fez isso. Como não fez na final do Mundial de Clubes da Fifa, pelo Santos, contra o Barcelona. Também não foi capaz de fazer seu time passar pelo Corinthians na Libertadores.
Mano ou quem for o treinador em 2014 precisa descobrir o que acontece. Não parece coincidência. Na Copa, muito mais do que contra os mexicanos , o Brasil vai precisar do Neymar que desequilibra. E ter no banco um técnico que dê conta do recado é mais fácil do que achar um jogador capaz de salvar o time num dia ruim.
Sobre o Autor
Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.
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