Nos bastidores, cúpula da CBF critica Mano, como Romário
Perrone
23/08/2012 06h00
Mantido no cargo, Mano Menezes sofre duras críticas da cúpula da CBF nos bastidores. Algumas das reclamações são bem parecidas com as de Romário. A principal delas é de que o treinador da seleção convoca mal alguns jogadores.
De acordo com pessoas próximas a José Maria Marin, apesar de defender publicamente o técnico, o cartola é um dos autores das críticas mais ácidas. Algumas feitas para amigos durante a Olimpíada de Londres.
Apesar da perda da medalha de ouro e das reclamações, o presidente da CBF avalia que não chegou o momento certo de trocar de treinador, segundo seus interlocutores. Principalmente porque os números da seleção em Londres respaldam o técnico, mesmo com a derrota na final. Para que Marin tome uma atitude drástica, é preciso uma sequência de maus resultados, ainda que em amistosos. Essa é uma das explicações para a permanência de Mano.
A troca na presidência da Comissão Nacional de Arbitragem, sugerida por Romário como ponto de partida para a mudança na comissão técnica, indica que o presidente da CBF busca suavizar suas decisões de maior impacto. Sérgio Corrêa foi afastado da presidência da comissão de arbitragem, mas não foi demitido. Seguirá trabalhando na CBF.
Romário citou também o desejo de Marco Polo Del Nero trocar colocar Mano no olho da rua. Escancarou ainda mais uma divergência de opiniões entre o presidente e seu mentor. A diferença caiu do céu para quem nega que o presidente seja teleguiado por seu principal vice. Nessa toada, Mano vai sobrevivendo no banco do time nacional.
Sobre o Autor
Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.
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