Opositor do Flamengo tenta anular renvoação com Globo por causa de irmãos Hypólito, da ginástica
Perrone
16/08/2012 06h00
Francisco Gularte, conselheiro do Flamengo e opositor, vai colher assinaturas para tentar anular a reunião em que foi aprovada a renovação de contrato com a Globo. E, consequentemente, cancelar o acordo.
Ele alega que os irmãos ginastas Diego e Daniele Hypólito, também conselheiros, participaram da reunião e cometeram irregularidade. Em sua opinião, a dupla feriu o artigo 77 do estatuto do Flamengo. A regra proíbe funcionários, prestadores de serviço remunerado ou quem assinar contratos com o rubro-negro de integrar os poderes do clube, como o Conselho Deliberativo.
"Eles participaram da reunião e não poderiam porque recebem dinheiro do clube. Não foram só eles, cerca de 50 conselheiros que são funcionários votaram", disse Gularte ao blog. Ele precisa reunir a assinatura de um quinto dos integrantes do Conselho para pedir a criação de uma comissão para estudar o caso.
Diego e Daniele fazem parte do grupo de "atletas laureados" que integram o Conselho e formam parte importante da base aliada da presidente Patrícia Amorim, ex-nadadora.
"Isso é fácil de ser resolvido. É só pegar a lista de presença e ver se eles participaram da reunião", disse Walter Oaquim, vice de relações externas do Flamengo. Sobre a dupla e outros atletas terem ferido o estatuto, o cartola afirma que é preciso saber se eles recebem diretamente do Flamengo ou de patrocinadores.
Além de apontar irregularidade na votação, a oposição diz que o contrato é lesivo ao Flamengo. "Vamos receber entre 2016 e 2018 praticamente a mesma quantia fixa que recebemos hoje. Essa história de que o contrato é bom porque tem luvas é um joguinho de semântica. Vão pagar uma quantia agora, mas que é parte do contrato futuro. Então é adiantamento. Além disso, não poderia ser assinado porque atinge as próximas gestões. Não é permitido pelo estatuto", afirmou Gularte.
A diretoria rebate alegando que dos R$ 40 milhões de luvas, cerca de R$ 26 milhões serão gastos com dívidas deixadas por outras administrações.
Sobre o Autor
Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.
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