Carta de funcionária de Nuzman é vista no Governo como peça de acusação
Perrone
27/09/2012 10h00
A carta de uma funcionária do Comitê Rio-16 publicada por Juca Kfouri em seu blog deixou em Brasília a sensação de que há sujeira embaixo do tapete de Carlos Arthur Nuzman.
Em um trecho, ela se diz decepcionada por ser nivelada aos demais, que podem realmente ter se apropriado de muitas informações confidenciais e comerciais dos organizadores da Olimpíada de Londres.
Há no Governo quem interprete a afirmação como acusação a colegas feita por alguém que ocupava cargo de confiança na organização comandada por Nuzman. Algo grave e que deve ser mais investigado.
Mesmo assim, por ora, Dilma Rousseff deve se manter distante da polêmica. Caberá ao ministro Aldo Rebelo lidar nos bastidores e publicamente com o caso. O certo é que o processo de desgaste de Nuzman acontece em alta velocidade.
A espionagem em Londres e a carta assinada por Renata Santiago foram capazes de desbotar o cartola mais do que todas as irregularidades apontadas pelo TCU no Pan do Rio juntas. E agora ele não tem Ricardo Teixeira como foco dos holofotes.
Sobre o Autor
Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.
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Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.