Mano e CBF demonstram terem desistido de trabalho a longo prazo
Perrone
07/09/2012 17h59
Ao colocar Lucas, reserva na Olimpíada, como titular contra a África do Sul, Mano Menezes mais uma vez desprezou a busca por um padrão de jogo na preparação da seleção. De novo, a equipe penou em campo. Não por culpa de Lucas, mas como resultado da falta de um trabalho constante, com menos mudanças.
Mano parece escalar a equipe de acordo com o que é mais conveniente para sua permanência no cargo. No Morumbi, Lucas foi uma tentativa de tentar trazer a torcida para o lado do time nacional. Não deu certo. Quem resolveu foi Hulk, até então com mais prestígio junto ao treinador.
Pensando mais no dia seguinte do que em 2014, Mano mudou conceitos, chegou a apostar na experiência (com Ronaldinho), retrocedeu e perdeu tempo. Mas segue agindo como quem está mais preocupado com o imediatismo. Assim como a CBF.
Há na entidade quem acredite que não dá mais tempo para que a seleção chegue à Copa do Mundo com uma maneira sólida de jogar. E que por isso não há pressa para trocar de treinador. Por essa linha de raciocínio, seja com Mano ou um técnico escolhido de última hora, a solução é definir o time poucos meses antes da Copa, formar uma "família", nos moldes dos Scolari de 2002, e ir pro pau.
Sobre o Autor
Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.
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