Patrocínio da Caixa ao Corinthians gera protestos no São Paulo, que flertou com banco
Perrone
21/11/2012 06h00
Com Renan Prates, do UOL Esporte
O patrocínio da Caixa ao Corinthians foi mal digerido por dirigentes do São Paulo. Eles somam o novo contrato ao envolvimento de BNDES, Banco do Brasil e prefeitura com o estádio corintiano. A avaliação é de que essa combinação faz do alvinegro o time do Governo. E que os concorrentes ficam de mãos abanando.
Há também desconforto provocado por um flerte estéril entre a Caixa e o clube do Morumbi. Segundo dirigentes tricolores, no começo do ano, um emissário do banco sondou o São Paulo. Mas o interesse morreu no mesmo dia do primeiro contato.
Pela versão são-paulina, o negócio não avançou porque contratos só poderiam ser assinados com clubes de cidades em que funcionários da prefeitura recebem os salários em contas da Caixa. Não é o caso de São Paulo.
O site do banco diz que Avaí e Atlético-PR foram os primeiros times a firmarem parceria com ela como parte da estratégia de relacionamentos com cidades e Estados com os quais a empresa possui "convênio de folha de pagamento".
Procurada pelo blog, a assessoria de imprensa do banco, em Brasília, declarou que o acordo do Corinthians integra uma nova etapa. Nela, não é necessário que a cidade da equipe escolhida mantenha o convênio salarial com a empresa pública.
A assessoria, porém, disse que não poderia confirmar a sondagem ao São Paulo já que o escritório na capital paulista estava fechado no feriado.
O twitter foi o espaço escolhido por cartolas e conselheiros são-paulinos para demonstrar sua insatisfação. "O patrocínio da CEF (Caixa Econômica Federal) é descaradamente pool político", escreveu Roge David, ex-diretor de marketing do São Paulo. Ele estava no cargo na época em que houve a aproximação do banco.
"Revoltante, já fizeram o estádio", foi uma das manifestações de Julio Cesar Casares, vice de marketing do São Paulo em sua conta.
Sobre o Autor
Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.
Sobre o Blog
Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.