Flamengo começa ano com ataque à dívida; veja desafios dos clubes em 2013
Perrone
01/01/2013 11h45
Controlar dívidas estratosféricas é desafio comum entre a maioria dos clubes brasileiros para 2013. Dos que estão em situação mais crítica, o Flamengo se destaca por já começar o ano com uma medida prática para atacar o caos financeiro.
A nova diretoria, que avalia o débito em R$ 400 milhões, criou o Conselho Gestor da Dívida. O órgão evitará contratações impossíveis de serem pagas, pelo menos em tese.
A estrutura é algo que conselheiros do Palmeiras ainda discutem como colocar em prática. O alviverde embarca em 2013 com o pé esquerdo, já que o atual presidente deve deixar as contratações para a próxima diretoria, a ser eleita em 21 de janeiro. Atitude um tanto infantil, já que o COF (Conselho de Orientação e Fiscalização) não impediu Arnaldo Tirone de contratar. Apenas pediu que ele apresentasse garantias de que o clube pode pagar pelos novos reforços.
O órgão agiu alarmado com seu próprio relatório sobre as finanças. Os documentos apontam uma dívida de R$ 239 milhões e com mais de R$ 80 milhões em receitas antecipadas.
Nesse cenário, o desafio do próximo presidente, além de reforçar o time, é conseguir pagar salários em dia, coisa que o Vasco não fez em 2012. Os calotes afugentaram os jogadores que estavam em São Januário e repelem os que interessam ao clube para 2013.
Dificuldade para atrair atletas é o que o Fluminense não deve ter, já que seu desafio de ano novo é bem mais charmoso: ganhar a Libertadores e o Mundial de Clubes numa evolução do time campeão brasileiro.
Título nacional, aliás, deve ser encarado como obsessão pelas diretorias de Botafogo e Atlético-MG (este não pode se contentar apenas em ficar acima do Cruzeiro).
Bota e Galo mostraram trabalhos sólidos em 2012 e agora precisam controlar a tentação de gastarem mais do que podem. Assim como Grêmio e Inter, envoltos numa escalada de gastos. Mal que minou o Santos de Neymar . O clube da Vila Belmiro tem como lição de casa em 2013 montar um elenco que não dependa só do camisa 11, mas com pouco dinheiro para investir.
Preocupação bem diferente da do Corinthians, que apesar de uma dívida de R$ 184,5 milhões (valor de setembro, segundo relatório do clube), já tem um time formado. Precisa mais preparar a reformulação gradual do elenco do que trazer astros que cheguem para imediatamente assumir a titularidade, como Pato.
Outro foco corintiano deve ser evitar a aproximação do rival São Paulo, que por sua vez tem a missão em 2013 de dar estabilidade e autonomia a seu técnico, benefícios que Leão e outros que passaram pelo Morumbi não tiveram.
Sobre o Autor
Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.
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