Conselheiros corintianos querem devolução de premiação pelo Mundial dada a funcionários de fora do futebol
Perrone
03/03/2013 12h00
Conselheiros do Corinthians querem pedir a devolução da premiação recebida por funcionários de fora do departamento de futebol pela conquista do Mundial.
Conforme o blog revelou neste sábado, foram agraciados um engenheiro, um gerente de logística, que entre outras funções agiliza check-in dos jogadores em aeroportos, e um superintendente administrativo, responsável até por supervisionar a manutenção de elevadores do Parque São Jorge. Ele receberam entre R$ 10 mil e R$ 30 mil de bônus.
"Dese jeito, deveriam dar prêmio também ao piloto do avião da delegação. Vou pedir no Conselho Deliberativo que eles comprovem a prestação dos serviços que justificam gorjeta de R$ 30 mil. Se não explicarem, vão ter que devolver", disse ao blog Romeu Tuma Júnior, delegado e conselheiro do clube.
"Não descarto provocar o Ministério Público para apurar essa história. Com o patrocínio da Caixa, existe dinheiro público no Corinthians, então vale a fiscalização do MP. O clube não pode distribuir dinheiro só porque um dirigente gosta de determinado funcionário, não é a casa da mãe Joana", completou Tuma Júnior.
As principais queixas são que a premiação deveria ficar restrita ao departamento de futebol e que é difícil justificar que um funcionário com menos de um ano de casa mereça R$ 30 mil de premiação. Esse é o caso do superintendente administrativo Vágner.
José Max Reis Alves, diretor de gestão administrativa, diz que indicou à presidência os funcionários de seu departamento que mereciam bônus. Alega que eles desenvolveram atividades ligadas ao elenco que foi ao Japão, como antecipar o check-in dos atletas no aeroporto e varar a madrugada no clube para solucionar problemas com os telefones celulares do grupo.
Conselheiros descontentes agora querem comprovar se de fato houve o serviço prestado durante a madrugada, além de esmiuçar as atividades do trio para conhecer a qualidade de seu trabalho.
Uma das sugestões é para que eles devolvam o dinheiro que, em seguida, seria repassado a funcionários do departamento de futebol com vencimentos mais modestos.
Sobre o Autor
Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.
Sobre o Blog
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