Críticas de Tite aumentam tensão entre Federação Paulista e cartolas do Corinthians
Perrone
10/03/2013 10h13
As críticas de Tite contra a Federação Paulista acontecem num momento político delicado entre Corinthians e Federação Paulista. Não há motivos para acreditar que o técnico tenha intenções políticas em seu discurso. Mesmo assim, ele aumentou a tensão entre clube e entidade.
Cartolas corintianos avaliam que como membro do Comitê Executivo da Conmebol, Del Nero poderia ter protegido mais o clube, punido após a morte do boliviano Kevin Douglas Beltran.
Mas o principal causador do clima bélico entre Corinthians e Federação Paulista é o embate Andrés Sanchez x Del Nero. A briga começou com a saída do corintiano da direção de seleções da CBF.
Sanchez busca um candidato de oposição para bater de frente com o nome a ser lançado por Marco Polo Del Nero na próxima eleição da FPF, no ano que vem.
O corintiano também será oposição na eleição da CBF contra Del Nero, no ano que vem. Se não for candidato, Sanchez vai apoiar um opositor.
O presidente da federação e vice da confederação não é de ignorar ataques como os feitos por Tite. A ação do técnico deverá produzir reação nos bastidores, ainda que Duílio Monteiro Alves tenha tirado peso dos golpes do treinador.
O diretor de futebol foi elegante com a federação ao dizer que seria impossível fazer o jogo contra o Ituano neste domingo por causa do clássico entre São Paulo e Palmeiras. Mas tocou num assunto que sempre será uma bandeira para reformulações na FPF: enxugar o Estadual.
"Essa ideia de reduzir o Paulista já existia, e agora temos que nos reunir e conversar sobre isso [por causa da Copa no ano que vem]", disse Duílio. Mais claro impossível.
Sobre o Autor
Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.
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