Trio de ferro sofre pressão por não produzir goleiro titular
Perrone
23/04/2013 07h35
A lesão de Fernando Prass agrava a crise no gol enfrentada ao mesmo tempo por Palmeiras, Corinthians e São Paulo. O trio de ferro vê seus goleiros titulares em apuros, e a torcida sem confiar nos reservas.
Nos três clubes conselheiros reclamam de as categorias de base não terem produzido um jogador capaz de assumir a posição e virar ídolo.
No Palestra Itália, Bruno aumentou a desconfiança em cima dele ao falhar contra o Ituano no domingo. Foi criticado nos dois lances que resultaram em gols do adversário na derrota por 2 a 1.
O clima é de indignação não só por causa dos erros de Bruno. Pesa mais o fato de o clube não ter produzido um substituto à altura para Marcos. Contratar um goleiro, como Prass, foi praticamente uma ofensa para conselheiros palmeirenses. Eles sempre se orgulharam de o alviverde ter uma das melhores escolas da posição no país.
No Corinthians, o ídolo Cássio começou o ano abalado por erros e contusões. Sem um reserva que se destaque, Tite faz rodízio entre Júlio César e Danilo Fernandes. Os dois não têm a confiança da torcida. Principalmente o primeiro.
Internamente, conselheiros apontam que o problema é uma das demonstrações de que a administração Andrés Sachez foi descuidada com a base. O próprio ex-presidente admite que não deu a devida atenção à formação de jogadores.
No São Paulo, Rogério Ceni falhou seguidamente neste ano, apesar de ser um dos heróis da classificação para as oitavas-de-final da Libertadores ao marcar de pênalti. Dênis, ex-Ponte, contratado em 2009 não conquistou a torcida. Isso apesar de o site oficial do clube dizer que ele "se credencia a cada dia que passa assumir a camisa 1 do São Paulo quando Rogério Ceni encerrar a carreira".
A incapacidade do São Paulo de forjar em casa um sucessor à altura para Ceni faz com que Juvenal Juvêncio seja criticado até por situacionistas. Avaliam que o cartola gasta os tubos com as categorias de base, coloca o CT de Cotia nas alturas, mas deixa a desejar nos resultados.
O momento delicado enfrentado pelo trio paulistano coincide com a dificuldade da seleção brasileira em ter um novo jogador incontestado para a posição. Tanto que Felipão resgatou o veterano Júlio César.
Sobre o Autor
Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.
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