Criticados, cartolas do Santos dizem que gasto com Robinho seria de R$ 70 milhões em 3 anos
Perrone
13/07/2013 06h00
Oficialmente, a direção santista não fala sobre detalhes da negociação. Porém, longe dos microfones, os dirigentes se defendem com números. Afirmam que o valor total gasto com Robinho em três anos de contrato seria de aproximadamente R$ 70 milhões.
Na conta feita pelos cartolas entram salário de R$ 1 milhão livre de impostos (com gasto para o clube de aproximadamente R$ 1,5 milhão mensal) e pouco menos de 6 milhões de euros (R$ 17,7 milhões) a serem pagos para o Milan, entre outras despesas.
Os demais gastos seriam, segundo fonte ligada à diretoria, com exigências que teriam sido feitas pelo atacante, como luvas, pagamento de comissão para agente, camarote na Vila Belmiro, ingressos, camisas do clube e um preparador físico exclusivo para o jogador.
O blog procurou Marisa Alija, advogada que representa Robinho, mas ela não respondeu ao e-mail enviado.
Robinho, por meio de sua assessoria de imprensa reclamou de o presidente do Santos declarar que os valores pedidos por ele inviabilizaram o negócio. O jogador acha que o dirigente o jogou contra a torcida.
A nota emitida pelo estafe do atacante provocou rápida reação de parte dos conselheiros. "A diretoria deveria explicar por qual motivo o Robinho tem que jogar por amor se o Neymar jogava por dinheiro. Neymar recebia R$ 3 milhões por mês e rescindiu seu contrato para ganhar mais", disse o conselheiro Celso Leite.
Por sua vez, a assessoria de imprensa do Santos respondeu que "o clube possui canal direto com a mesa do Conselho Deliberativo, que é o caminho para que as perguntas feitas sejam respondidas".
A diretoria sempre afirmou que a maior parte dos vencimentos de Neymar era paga por patrocinadores. O argumento é de que o Santos desembolsava menos de R$ 600 mil mensais com Neymar. A oferta para Robinho foi de aproximadamente R$ 700 mil por mês. A nota emitida pela assessoria do jogador do Milan diz que ele aceitou reduzir seus ganhos em 35% para voltaro à Vila Belmiro.
Atualização
Após o post publicado, o blog recebeu e-mail da advogada de Robinho. Ela disse que havia respondido o e-mail anterior na sexta e que não poderia enviar novamente as respostas porque elas estavam no computador de seu escritório. O blog confirma que não recebeu a mensagem.
Sobre o Autor
Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.
Sobre o Blog
Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.